Depois dos rendimentos mínimos garantidos desde os dezoito anos de idade, eis que a estatística nos informa que, neste País cada vez mais de desempregados, uma em cada nove ofertas de emprego são recusadas. Mais nos informa o Diário de Notícias que 100 mil possibilidades de trabalho ou formação profissional não são aceites, todos os anos.
Este é o mesmo País que nos obriga a trablhar mais anos, a descontar mais para depois recebermos muito menos, aquando da reforma.
Prevê-se que para o próximo ano, a despesa com o subsídio de desemprego vai ascender a 1,9 mil milhões de euros.
11.08.2006
11.07.2006
Orçamento de estado para 2007
Reitor da Universidade de Lisboa denuncia desinvestimento nas universidades
07.11.2006 - 12h35
Público online: http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1275770&idCanal=63
O reitor da Universidade de Lisboa considerou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2007 "traduz o maior desinvestimento" de sempre nas universidades, o que revela "a grande insensibilidade" do Governo face ao ensino superior.
Num artigo de opinião publicado no "Diário de Notícias" no dia da abertura do ano académico, António Sampaio da Nóvoa diz que "parece haver do lado do Governo uma grande insensibilidade para não dizer indiferença, em relação às instituições do ensino superior".
"O orçamento para 2007 traduz o maior desinvestimento neste sector [universidades] de que há memória no nosso país (cerca de 10 por cento a menos em relação ao ano passado", afirma.
O reitor refere que nenhum outro país europeu sofreu uma redução tão drástica nas verbas para o ensino superior e adiantou que "os cortes no ensino são mais significativos do que em qualquer outro grande sector do Estado".
António Sampaio Nóvoa classifica ainda como "inaceitável" e "demagógica " a publicidade que o Governo faz dos aumentos para a Ciência (entre 64 por cento e 77 por cento), adiantando que os aumentos não compensam os cortes no ensino superior.
De acordo com o reitor, o "Governo não tem criado os instrumentos que sustentam uma verdadeira mudança: a reorganização da rede do ensino superior, o reforço da autonomia e do Governo das instituições, a revisão da carreira docente universitária e um novo modelo de financiamento."
07.11.2006 - 12h35
Público online: http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1275770&idCanal=63
O reitor da Universidade de Lisboa considerou hoje que a proposta de Orçamento do Estado para 2007 "traduz o maior desinvestimento" de sempre nas universidades, o que revela "a grande insensibilidade" do Governo face ao ensino superior.
Num artigo de opinião publicado no "Diário de Notícias" no dia da abertura do ano académico, António Sampaio da Nóvoa diz que "parece haver do lado do Governo uma grande insensibilidade para não dizer indiferença, em relação às instituições do ensino superior".
"O orçamento para 2007 traduz o maior desinvestimento neste sector [universidades] de que há memória no nosso país (cerca de 10 por cento a menos em relação ao ano passado", afirma.
O reitor refere que nenhum outro país europeu sofreu uma redução tão drástica nas verbas para o ensino superior e adiantou que "os cortes no ensino são mais significativos do que em qualquer outro grande sector do Estado".
António Sampaio Nóvoa classifica ainda como "inaceitável" e "demagógica " a publicidade que o Governo faz dos aumentos para a Ciência (entre 64 por cento e 77 por cento), adiantando que os aumentos não compensam os cortes no ensino superior.
De acordo com o reitor, o "Governo não tem criado os instrumentos que sustentam uma verdadeira mudança: a reorganização da rede do ensino superior, o reforço da autonomia e do Governo das instituições, a revisão da carreira docente universitária e um novo modelo de financiamento."
10.31.2006
Vão-se os anéis mas que nos fiquem os dedos.
O Portugal tacanho e subdesenvolvido, do tempo da outra senhora, vai-nos render 700 mihões de euros.
Pelos vistos José Sócrates vai vender hoje uma parte significativa da participação Portuguesa na central de Cahora Bassa ao governo Moçambicano.
José Sócrates teceu a este respeito uma afirmação relevantíssima:
"É um dia histórico para Moçambique e para os moçambicanos, mas também muito importante para Portugal".
Sim, Portugal vai conseguir embolsar algum dinheiro para os cofres. Quem achar que eu estou a ver mal o assunto que me desminta.
Um banquete de Estado, na noite de hoje, encerra a visita de Sócrates a Maputo, regressando logo de seguida a Lisboa.
Desta vez não há jogging...
Pelos vistos José Sócrates vai vender hoje uma parte significativa da participação Portuguesa na central de Cahora Bassa ao governo Moçambicano.
José Sócrates teceu a este respeito uma afirmação relevantíssima:
"É um dia histórico para Moçambique e para os moçambicanos, mas também muito importante para Portugal".
Sim, Portugal vai conseguir embolsar algum dinheiro para os cofres. Quem achar que eu estou a ver mal o assunto que me desminta.
Um banquete de Estado, na noite de hoje, encerra a visita de Sócrates a Maputo, regressando logo de seguida a Lisboa.
Desta vez não há jogging...
10.29.2006
Para mim, provavelmente o maior Português de sempre.
Porque nos fez acreditar e sonhar muito para além deste minúsculo rectângulo. E nisso foi único! Conseguiu que deixassemos de nos centrar nos nossos umbigos (e nos nossos eternos inimigos e vizinhos). É o principal responsável pelo nosso melhor e maior período da história. Foi por causa do Infante que tivemos um Luís de Camões com alguma coisa para cantar... Sim, porque o poeta até poderia ser bom, mas teriam de remar sem inspiração para outras paragens.
Para não falar numa longa cascata de acontecimentos que nos trouxe ao que hoje somos! Para o bem e para o mal...
10.26.2006
Olha o Balão!
Inspirado numa bola de sabão, Bartolomeu de Gusmão inventou o balão de ar quente. É o precursor mundial da história da aerostação. Depois de duas tentativas, conseguiu que o balão voasse da Casa da Índia, em Lisboa, até ao Terreiro do Paço, sob olhares incrédulos. Entrou para a história. Espírito inquieto e inventivo, viajou pela Europa e fez novas experiências. Mas nunca foi compreendido. Um homem com uma ideia nova é um excêntrico até que ela resulte… “As pessoas não tinham visão para perceber o que ele fazia”, diz a jornalista Rosário Sá Coutinho.
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/index.php
http://www.rtp.pt/wportal/sites/tv/grandesportugueses/index.php
10.23.2006
Sócrates
10.22.2006
O Socrates que temos!!!
Conforme afirmei num post anterior a Clínica Los Arcos, com apoio e subsídio do Estado Porto, vai-se instalar em Portugal. No Porto, terá as suas instalações na avenida da Boavista.
Considerando que ocorre por esse País o fecho de maternidades, e que o número de intervenções efectuadas pelas clínicas privadas com subsídio do estado é reduzido, não deixa de ser uma medida interessante.
Quero também manifestar aqui o meu espanto para as alterações ao subsídio de viuvez na reforma da segurança social. Utilizando as frases do Eng. José Sócrates em Nelas, aonde também foi como Primeiro-Ministro ( grande confusão de identidades) tudo estava no programa do governo.
Leia-se que no programa do governo vinha algo como
"- a atribuição de ênfase às políticas de apoio às situações mais gravosas de viuvez, orfandade e de crianças em situação de risco"
Suponho que o ênfase é isto: retirar o subsídio de viuvez do conjugue.
Mas de facto vai tudo na mesma onda das SCUTS. As Scuts, quem pode esquecer o que Sócrates, deputado e líder do PS no oposição disse sobre a introdução de portagens nas SCUTS.
Pois TODOS NÓS nos lembramos. Pois que este senhor, acha que todos nós somos ESTÚPIDOS. De facto, foi na sequência deste tema que afirmou que tudo estava no programa de governo: “As SCUTS são importantes nas zonas mais atrasadas do país”.
Seguindo o raciocínio do então ( e só) líder do PS e candidato a primeiro ministro, não queria dizer nada do que afirmava a boca cheia. Pelos vistos e parafraseando o mesmo discurso nós é que fomos burros e não percebemos que eles nos estavam a enganar e nunca tinham escrito no programa que não introduziam portagens.
É bom saber que com este jovem nos temos não só de nos preocupar com as entrelinhas.
Temos que ver o que está escrito relativamente à EDP com a qual fomos atacados. Sim, porque não passamos de uns gastadores e temos o preço da electricidade que merecemos. Ora tomem.
O outro- Guterres- tinha ar de padreco. Este –Sócrates-, ainda aguarda uma classificação à maneira. O futuro o dirá.
Considerando que ocorre por esse País o fecho de maternidades, e que o número de intervenções efectuadas pelas clínicas privadas com subsídio do estado é reduzido, não deixa de ser uma medida interessante.
Quero também manifestar aqui o meu espanto para as alterações ao subsídio de viuvez na reforma da segurança social. Utilizando as frases do Eng. José Sócrates em Nelas, aonde também foi como Primeiro-Ministro ( grande confusão de identidades) tudo estava no programa do governo.
Leia-se que no programa do governo vinha algo como
"- a atribuição de ênfase às políticas de apoio às situações mais gravosas de viuvez, orfandade e de crianças em situação de risco"
Suponho que o ênfase é isto: retirar o subsídio de viuvez do conjugue.
Mas de facto vai tudo na mesma onda das SCUTS. As Scuts, quem pode esquecer o que Sócrates, deputado e líder do PS no oposição disse sobre a introdução de portagens nas SCUTS.
Pois TODOS NÓS nos lembramos. Pois que este senhor, acha que todos nós somos ESTÚPIDOS. De facto, foi na sequência deste tema que afirmou que tudo estava no programa de governo: “As SCUTS são importantes nas zonas mais atrasadas do país”.
Seguindo o raciocínio do então ( e só) líder do PS e candidato a primeiro ministro, não queria dizer nada do que afirmava a boca cheia. Pelos vistos e parafraseando o mesmo discurso nós é que fomos burros e não percebemos que eles nos estavam a enganar e nunca tinham escrito no programa que não introduziam portagens.
É bom saber que com este jovem nos temos não só de nos preocupar com as entrelinhas.
Temos que ver o que está escrito relativamente à EDP com a qual fomos atacados. Sim, porque não passamos de uns gastadores e temos o preço da electricidade que merecemos. Ora tomem.
O outro- Guterres- tinha ar de padreco. Este –Sócrates-, ainda aguarda uma classificação à maneira. O futuro o dirá.
10.18.2006
A Batalha do Rivoli
Reza a história que a batalha do Rivoli foi ganha graças à chegada de Napoleão com as suas tropas.
Aqui está um quadro da época, referente á Batalha do Riovoli, tipicamente neoclassico ao gosto de Napoleão. Graças a esta vitória, a cidade de Viena de Áustria muda de mãos.
Na história do nosso Rivoli, quem será o Napoleão?
10.16.2006
Grandes Portugueses
Por Vasco Pulido Valente, no público.
Não resisto a meter a minha colherada na pequena "polémica" que o concurso da RTP, Os Grandes Portugueses, conseguiu provocar. Como toda a gente já sabe o objectivo do concurso é escolher o "maior português de sempre" por voto público, ou seja, na prática, por telefonema e pela Internet. Parece que a RTP forneceu uma lista de duas centenas de beneméritos, da qual excluiu Salazar e Caetano. Houve logo quem protestasse, com alguma pertinência e muita conversa inútil. A RTP, que não se excita por tão pouco, deu o dito por não dito e mandou fazer um cartaz de propaganda, com D. Afonso Henriques de um lado e Amália Rodrigues do outro. Com toda a razão, de resto. Se Portugal não mudar, por um repentino acto do Altíssimo, ganha provavelmente um deles. Porquê?
Em Inglaterra ganhou Churchill, seguido de muito perto pela princesa Diana. Em França, numa sessão que por acaso vi, ganhou de Gaulle, à justa, contra um cómico sem graça, Coluche, e Edith Piaff, um equivalente de Amália. E em Portugal? Em Portugal não pode ganhar nenhum político, porque nenhum político tem o prestígio nacional unânime, e ainda vivo, de Churchill e de Gaulle (em França, por exemplo, Luís XIV e Napoleão vieram significativamente muito abaixo). D. João I, D. João II e Nun"Álvares talvez não fizessem má figura se alguém os conhecesse, mas ninguém os conhece. Da época heróica da expansão, e apesar da "Via", o Infante D. Henrique e Vasco da Gama não dizem quase nada ao cidadão comum. E dos conquistadores, D. Afonso de Albuquerque ou D. João de Castro, nem vale a pena falar. O Império não está em favor.
Na parte "séria" fica a religião e a arte. Quanto à religião, os nossos santinhos ou nunca existiram, ou se foram embora, ou não nasceram cá. Só a irmã Lúcia é uma candidata forte, se por acaso a RTP a meteu na lista. Do lado da arte, sem arquitectura, sem pintura, sem teatro e sem música, existe Camões, com uma vaga hipótese. Mesmo Camilo, Eça e Pessoa não contam. Suspeito que Saramago, por causa do Nobel, lhes passa à frente. Sobram, portanto, o espectáculo e o desporto. Sobram, em suma, Amália, Eusébio e Figo. Suponho que o público do telefonema e da Internet irá preferir Amália a Eusébio e a Figo por uma questão de respeitabilidade. E também por isso acabará por eleger Afonso Henriques, que é um mero nome, não choca a cultura dominante e disfarça satisfatoriamente a inanidade da Pátria. O concurso Os Grandes Portugueses vai ser um belo retrato dos portugueses de hoje.
Não resisto a meter a minha colherada na pequena "polémica" que o concurso da RTP, Os Grandes Portugueses, conseguiu provocar. Como toda a gente já sabe o objectivo do concurso é escolher o "maior português de sempre" por voto público, ou seja, na prática, por telefonema e pela Internet. Parece que a RTP forneceu uma lista de duas centenas de beneméritos, da qual excluiu Salazar e Caetano. Houve logo quem protestasse, com alguma pertinência e muita conversa inútil. A RTP, que não se excita por tão pouco, deu o dito por não dito e mandou fazer um cartaz de propaganda, com D. Afonso Henriques de um lado e Amália Rodrigues do outro. Com toda a razão, de resto. Se Portugal não mudar, por um repentino acto do Altíssimo, ganha provavelmente um deles. Porquê?
Em Inglaterra ganhou Churchill, seguido de muito perto pela princesa Diana. Em França, numa sessão que por acaso vi, ganhou de Gaulle, à justa, contra um cómico sem graça, Coluche, e Edith Piaff, um equivalente de Amália. E em Portugal? Em Portugal não pode ganhar nenhum político, porque nenhum político tem o prestígio nacional unânime, e ainda vivo, de Churchill e de Gaulle (em França, por exemplo, Luís XIV e Napoleão vieram significativamente muito abaixo). D. João I, D. João II e Nun"Álvares talvez não fizessem má figura se alguém os conhecesse, mas ninguém os conhece. Da época heróica da expansão, e apesar da "Via", o Infante D. Henrique e Vasco da Gama não dizem quase nada ao cidadão comum. E dos conquistadores, D. Afonso de Albuquerque ou D. João de Castro, nem vale a pena falar. O Império não está em favor.
Na parte "séria" fica a religião e a arte. Quanto à religião, os nossos santinhos ou nunca existiram, ou se foram embora, ou não nasceram cá. Só a irmã Lúcia é uma candidata forte, se por acaso a RTP a meteu na lista. Do lado da arte, sem arquitectura, sem pintura, sem teatro e sem música, existe Camões, com uma vaga hipótese. Mesmo Camilo, Eça e Pessoa não contam. Suspeito que Saramago, por causa do Nobel, lhes passa à frente. Sobram, portanto, o espectáculo e o desporto. Sobram, em suma, Amália, Eusébio e Figo. Suponho que o público do telefonema e da Internet irá preferir Amália a Eusébio e a Figo por uma questão de respeitabilidade. E também por isso acabará por eleger Afonso Henriques, que é um mero nome, não choca a cultura dominante e disfarça satisfatoriamente a inanidade da Pátria. O concurso Os Grandes Portugueses vai ser um belo retrato dos portugueses de hoje.
10.15.2006
MIT, 65 milhões de Euros e o direito à indignação (Parte I)
Pergunto-me como um dia acabará tudo isto.
Tudo me faz lembrar outra histórias outros tempos, um culto da personalidade nunca visto. Será que é preciso insultar tudo e todos para se ser popular?
Como é possível desrespeitar tanto as instituições que se representa - As Universidades. E não só...- os investigadores.
Como é possível viver num estado de direito onde todos, aparentemente, obedecem a ordens sem questionar de que se trata.
O primeiro ministro diz:
"ponto de viragem na sociedade e nas comunidades académica e científicas do país". Cavaco Silva elogia "aposta na excelência".
Alguém me sabe explicar este número???? Acreditam que ninguém foi capaz de dar uma explicação cabal sobre o MIT a ninguém. E por mais incrível que pareça ninguém vive muito incomodado com isso.
A minha interpretação desta indiferença só pode ser porque:
1- Somos todos estúpidos e ninguém consegue perceber aonde está o problema.
2- O problema obviamente existe mas eu sou muito mediocre pelo que tenho de estar na linha da frente a dizer que sim para a eventualidade de se lembrarem da minha pessoa (e/ou de quem eu represento) e poder receber algum dinheiro, visita do ministro Gago, da televisão ( o que quer que seja).
Pelos vistos este senhor, Presidente do Conselho de Reitores desconhecia de todo de que se tratava. Apenas tinha sido convocado para ali estar presente... Mas justiça seja feita. Manifestou a sua indignação!
Agradecia que quem pudesse prestar qualquer tipo de esclarecimento me enviasse um mail a explicar...
10.06.2006
10.05.2006
Momento de Humor
Ontem estive indecisa em escrever e descrever um momento de humor com a nossa revista online, Ciência Hoje. Sim, a primeira notícia sobre o Nobel foi
Para quem não se tenha apercebido existe uma pequena troca de nomes entre Robert e Roger. Este engano sem importância nenhuma foi corrigido ao fim de algumas horitas. Não sei se com ou sem ajuda. Enfim, resolvo não falar sobre isto porque, caso contrário, tenho o Jorge Massada a dizer que eu me diverto a dizer mal dele pelos blogs,anonimamente.
Não de facto não vou escrever sobre mais uma das brilhantes gaffes.
Encontrei em vez disso um site assumidamente cómico que publica cómics cientificos, dos quais vou começar a escolher um ou outro.
Aqui vai o primeiro:
Para quem não se tenha apercebido existe uma pequena troca de nomes entre Robert e Roger. Este engano sem importância nenhuma foi corrigido ao fim de algumas horitas. Não sei se com ou sem ajuda. Enfim, resolvo não falar sobre isto porque, caso contrário, tenho o Jorge Massada a dizer que eu me diverto a dizer mal dele pelos blogs,anonimamente.
Não de facto não vou escrever sobre mais uma das brilhantes gaffes.
Encontrei em vez disso um site assumidamente cómico que publica cómics cientificos, dos quais vou começar a escolher um ou outro.
Aqui vai o primeiro:
10.04.2006
Baratas premiadas pela revista Science.
PHOTOGRAPHY: SECOND PLACE
Cockroach Portrait
David Yager*
Figure 2
Cockroach haters, look your enemy in the eye! Photographing small animals like this 2-centimeter-long Cuban banana cockroach, Panchlora nivea, has its challenges: You can focus on only a small part of the tiny animal in one shot. To overcome this drawback, David Yager of the University of Maryland, College Park, relied on technologies old and new. He laid the dead roach on its back on a bed of glass beads and took multiple snapshots at different depths of field through a regular dissecting microscope. Each frame focused on different parts of the roach's head. With three light tubes, he lit the roach's face from various angles and peeked into its head. Next, he merged 12 separate frames using image-processing software called Automontage to create a clear and detailed "Cockroach Portrait."
http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=16554740
As conquistas no médio oriente- História
Who has controlled the Middle East over the course of history? Pretty much everyone. Egyptians, Turks, Jews, Romans, Arabs, Greeks, Persians, Europeans...the list goes on. Who will control the Middle East today? That is a much bigger question.
Visite o link:
http://www.mapsofwar.com/ind/imperial-history.html
Visite o link:
http://www.mapsofwar.com/ind/imperial-history.html
10.03.2006
Finlmente, o discurso na integra.
Finalmente, consegui encontra o discurso alvo de toda a polémica.
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches
/2006/september/documents/
hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_po.html
Publico-o aqui para que todos possamos discutir a fonte e não os comentários sobre o que dizem que foi dito. Esta é uma piada para alguns que me lêem.
Eu gosto de falar com conhecimento de causa.
DISCURSO DO SANTO PADRE
AOS REPRESENTANTES DO MUNDO CIENTÍFICO
E CULTURAL DA BAVIERA NA AULA MAGNA
DA UNIVERSIDADE DE REGENSBURG
Terça-feira, 12 de Setembro de 2006
"Fé, razão e universidade. Recordações e reflexões"
Eminências
Magnificências
Excelências
Ilustres Senhores
Gentis Senhoras
É para mim um momento emocionante encontrar-me de novo na universidade e poder mais uma vez pronunciar uma lição. Os meus pensamentos, contemporaneamente, voltam àqueles anos em que, depois de um grande período passado no Instituto superior de Freising, comecei a minha actividade de professor académico na universidade de Bonn. Era em 1959 ainda o tempo da velha universidade dos professores ordinários. Para cada uma das cátedras não existiam nem assistentes nem dactilógrafos, mas em compensação havia um contacto muito directo com os estudantes e sobretudo também entre os professores. Encontrávamo-nos primeiro e depois das lições nas salas dos professores. Os contactos com os historiadores, os filósofos, os filólogos e naturalmente também entre as duas faculdades teológicas eram muito estreitos. Uma vez por semestre fazia-se o chamado dies academicus, no qual professores de todas as faculdades se apresentavam diante dos estudantes de toda a universidade, tornando assim possível uma experiência de universitas uma coisa à qual também o Senhor, Magnífico Reitor, se referiu há pouco isto é, a experiência, o facto de que nós não obstante todas as especializações, que por vezes nos tornam incapazes de comunicar entre nós, formamos um todo e trabalhamos no todo da única razão com as suas várias dimensões, estando assim juntos também na responsabilidade comum pelo recto uso da razão este facto torna-se experiência viva.
Sem dúvida, a universidade era orgulhosa também das suas duas faculdades teológicas. Era claro que também elas, interrogando-se sobre a racionalidade da fé, desempenham uma obra que necessariamente faz parte do "todo" da universitas scientiarum, mesmo se nem todos podiam partilhar a fé, para cuja co-relação com a razão comum se comprometem os teólogos. Esta unidade interior no universo da razão não foi perturbada nem sequer quando certa vez filtrou a notícia de que um dos colegas dissera que na nossa universidade havia algo de anormal: duas faculdades que se ocupavam de uma coisa que não existia de Deus. Que mesmo perante um cepticismo tão radical seja necessário e normal interrogar-se sobre Deus através da razão e isto deva ser feito no contexto da tradição da fé cristã: no conjunto da universidade, isto era uma convicção fora de questão.
Tudo me voltou à mente, quando li a parte publicada pelo professor Theodore Khoury (Münster) do diálogo que o douto imperador bizantino Manuel II, Paleólogo, talvez durante os meses do Inverno de 1391 em Ankara, teve com um persa culto sobre cristianismo e islão e sobre a verdade de ambos. Talvez tenha sido depois o próprio imperador quem escreveu, durante o assédio de Constantinopla entre 1394 e 1402, este diálogo; explica-se assim por que os seus raciocínios sejam referidos de modo muito mais pormenorizado do que os do seu interlocutor persa. O diálogo alarga-se sobre todo o âmbito das estruturas da fé contidas na Bíblia e no Alcorão e detém-se sobretudo sobre a imagem de Deus e do homem, mas necessariamente também sempre de novo sobre a relação entre as como se dizia três "Leis" ou três "ordens de vida": Antigo Testamento, Novo Testamento, Alcorão. Não desejo falar disto nesta lição; gostaria de tratar só um assunto bastante marginal na estrutura de todo o diálogo que, no contexto do tema "fé e razão", me fascinou e me servirá como ponto de partida para as minhas reflexões sobre este tema.
No sétimo colóquio (διάλεξις, controvérsia) publicado pelo Prof. Khoury, o imperador enfrenta o tema da jihād, da guerra santa. Certamente o imperador sabia que na sua sura 2, 256 se lê: "Nenhuma coacção nas coisas de fé". É uma das suras do período inicial, dizem os peritos, em que o próprio Maomé ainda não tinha poder e estava ameaçado. Mas, naturalmente, o imperador conhecia também as disposições, desenvolvidas sucessivamente e fixadas no Alcorão, sobre a guerra santa.
Sem se deter em pormenores, como a diferença de tratamento entre os que possuem o "Livro" e os "incrédulos" ele, de modo tão brusco que nos surpreende, dirige-se ao seu interlocutor simplesmente com a pergunta central sobre a relação entre religião e violência em geral, dizendo: "Mostra-me também o que Maomé trouxe de novo, e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como a sua ordem de difundir através da espada a fé que ele pregava".
O imperador, depois de se ter pronunciado de modo tão duro, explica minuciosamente as razões pelas quais a difusão da fé mediante a violência é irracional. A violência está em contraste com a natureza de Deus e a natureza da alma. "Deus não se apraz com o sangue diz ele não agir segundo a razão "σὺν λόγω", é contrário à natureza de Deus. A fé é fruto da alma, não do corpo. Por conseguinte, quem quiser levar alguém à fé precisa da capacidade de falar bem e de raciocinar correctamente, e não da violência e da ameaça... Para convencer uma alma racional não é necessário dispor nem do próprio braço, nem de instrumentos para ferir nem de qualquer outro meio com o qual se possa ameaçar de morte uma pessoa...".
A afirmação decisiva nesta argumentação contra a conversão mediante a violência é: não agir segundo a razão é contrário à natureza de Deus. O editor, Theodore Khoury, comenta: para o imperador, sendo um bizantino que cresceu na filosofia grega, esta afirmação é evidente. Para a doutrina muçulmana, ao contrário, Deus é absolutamente transcendente. A sua vontade não está relacionada com nenhuma das nossas categorias, mesmo que fosse a da racionalidade. Neste contexto Khoury cita uma obra do conhecido islamita francês R. Arnaldez, o qual ressalta que Ibn Hazm chega a declarar que Deus não estaria relacionado nem sequer com a sua própria palavra e que nada o obrigaria a revelar a nós a verdade. Se fosse a sua vontade, o homem deveria praticar também a idolatria.
A este ponto abre-se, na compreensão de Deus e por conseguinte na realização concreta da religião, um dilema que hoje nos desafia de maneira muito directa. A convicção de que agir contra a razão esteja em contradição com a natureza de Deus, é apenas um pensamento grego ou é sempre válido e por si mesmo? Penso que neste ponto se manifeste a profunda concordância entre o que é grego no sentido melhor e o que é fé em Deus sobre o fundamento da Bíblia. Modificando o primeiro versículo do Livro do Génesis, o primeiro versículo de toda a Sagrada Escritura, João iniciou o prólogo do seu Evangelho com as palavras: "No princípio era o λόγος". É precisamente esta a mesma palavra que o imperador usa: Deus age "σὺν λόγω", com logos. Logos significa ao mesmo tempo razão e palavra uma razão que é criadora e capaz precisamente de se comunicar mas como razão. Com isto João deu-nos a palavra conclusiva sobre o conceito bíblico de Deus, a palavra na qual todos os caminhos muitas vezes cansativos e sinuosos da fé bíblica alcançam a sua meta, encontram a sua síntese.
No princípio era o logos, e o logos é Deus, diz-nos o evangelista. O encontro entre a mensagem bíblica e o pensamento grego não era um simples caso. A visão de São Paulo, diante da qual se tinham fechado os caminhos da Ásia e que, em sonho, viu um Macedónio e ouviu a sua súplica: "Vem para a Macedónia e ajuda-nos" (cf. Act 16, 6-10) esta visão pode ser interpretada como uma "condensação" da necessidade intrínseca de uma aproximação entre fé bíblica e o interrogar-se grego.
Na realidade, esta aproximação já tinha sido iniciada desde há muito tempo. Já o nome misterioso de Deus na sarça ardente, que afasta este Deus do conjunto das divindades com numerosos nomes afirmando apenas o seu "Eu sou", o seu ser, é, em relação ao mito, uma contestação com a qual está em íntima analogia a tentativa de Sócrates de vencer e superar o próprio mito. O processo iniciado na sarça alcança, no Antigo Testamento, uma nova maturidade durante o exílio, onde o Deus de Israel, agora privado da Terra e do culto, se anuncia como o Deus do céu e da terra, apresentando-se com uma simples fórmula que prolonga a palavra da sarça: "Eu sou".
Com este novo conhecimento de Deus caminha em sintonia uma espécie de iluminismo, que se expressa de maneira drástica no escárnio das divindades que seriam apenas obra das mãos do homem (cf. Sl 115). Assim, não obstante toda a dureza do desacordo com os soberanos helenistas, que queriam obter com a força a adaptação ao estilo de vida grego e ao seu culto idolátrico, a fé bíblica, durante a época helenista, ia interiormente ao encontro da parte melhor do pensamento grego, até chegar a um contacto recíproco que depois se realizou especialmente na literatura sapiencial tardia.
Hoje nós sabemos que a tradução grega do Antigo Testamento, realizada em Alexandria a "Septuaginta" é mais que uma simples tradução (que talvez se deva avaliar de modo pouco positivo) do texto hebraico: de facto, é um testemunho textual distinto e um especifico e importante passo da história da Revelação, no qual se realizou este encontro de uma forma que para o nascimento do cristianismo e para a sua divulgação teve um significado decisivo. No fundo, trata-se do encontro entre fé e razão, entre autêntico iluminismo e religião. Partindo verdadeiramente da natureza íntima da fé cristã e, ao mesmo tempo, da natureza do pensamento grego já fundido com a fé, Manuel II podia dizer: Não agir "com o logos" é contrário à natureza de Deus.
Honestamente é preciso anotar a este ponto que, no final da Idade Média, se desenvolveram na teologia tendências que rompem esta síntese entre espírito grego e espírito cristão. Em contraste com o chamado intelectualismo agostiniano e tomista iniciou com Duns Scott uma orientação voluntária, a qual no fim, nos desenvolvimentos sucessivos, levou à afirmação de que nós de Deus só conheceremos a voluntas ordinata. Para além dela existiria a liberdade de Deus, em virtude da qual Ele teria podido criar e fazer também o contrário de tudo o que efectivamente fez.
Aqui vêem-se posições que, sem dúvida, se podem aproximar às de Ibn Hazm e poderiam conduzir até à imagem de um Deus-Arbítrio, que não está relacionado nem com a verdade nem com o bem. A transcendência e a diversidade de Deus são acentuadas de modo tão exagerado, que também a nossa razão, o nosso sentido do verdadeiro e do bem já não são um verdadeiro espelho de Deus, cujas possibilidades abismais permanecem para nós eternamente inalcançáveis e escondidas por detrás das suas decisões efectivas.
Em contraste com isto, a fé da Igreja sempre se ateve à convicção de que entre Deus e nós, entre o seu eterno Espírito criador e a nossa razão criada exista uma verdadeira analogia, na qual como disse o Concílio Lateranense IV em 1215 sem dúvida as diferenças são infinitamente maiores que as semelhanças, mas contudo não até ao ponto de abolir a analogia e a sua linguagem. Deus não é mais divino pelo facto de que o afastamos para longe de nós num voluntarismo puro e impenetrável, mas o Deus verdadeiramente divino é aquele Deus que se mostrou como logos e como logos agiu e age cheio de amor em nosso favor. Sem dúvida, o amor, como diz Paulo, "ultrapassa" o conhecimento e é por isto capaz de compreender mais do que o simples pensamento (cf. Ef 3, 19), contudo ele permanece o amor do Deus-Logos, para o qual o culto cristão é, como diz ainda Paulo "λογικη λατρεία" um culto que concorda com o Verbo eterno e com a nossa razão (cf. Rm 12, 1).
A aqui mencionada recíproca aproximação interior, que se teve entre a fé bíblica e o interrogar-se sobre o plano filosófico do pensamento grego, é um elemento de importância decisiva não só sob o ponto de vista da história das religiões, mas também sob o ponto de vista da história universal um elemento que nos compromete também hoje. Considerado este encontro, não surpreende que o cristianismo, apesar da sua origem e de alguns seus desenvolvimentos importantes no Oriente, tenha por fim encontrado a sua marca historicamente decisiva na Europa. Podemos expressar isto também inversamente: este encontro, ao qual se acrescenta sucessivamente ainda o património de Roma, criou a Europa e permanece o fundamento do que, com razão, se pode chamar Europa.
À tese que o património grego, criticamente purificado, seja uma parte integrante da fé cristã, opõe-se o requerimento da deselenização do cristianismo um requerimento que desde o início da idade moderna domina de modo crescente a pesquisa teológica. Visto mais de perto, podem-se observar três ondas no programa da deselenização: apesar de estarem relacionadas entre si, elas nas suas motivações e nos seus objectivos são claramente distintas uma da outra.
A deselenização emerge primeiro em ligação com os postulados da Reforma do século XVI. Considerando a tradição das escolas teológicas, os reformadores vêem-se diante de uma sistematização da fé condicionada totalmente pela filosofia, isto é, perante uma determinação da fé a partir de fora em virtude de um modo de pensar que não derivava dela. Assim a fé já não se apresentava como palavra histórica viva, mas como elemento inserido na estrutura de um sistema filosófico.
A sola Scriptura ao contrário procura a forma pura primordial da fé, do modo como está presente originariamente na Palavra bíblica. A metafísica aparece como um pressuposto derivante de outra fonte, da qual é necessário libertar a fé para a fazer voltar a ser totalmente ela mesma. Com a sua afirmação de ter que pôr de lado o pensar para dar espaço à fé, Kant agiu com base neste programa com uma radicalidade imprevisível para os reformadores. Com isto ele ancorou a fé exclusivamente à razão prática, negando-lhe o total acesso à realidade.
A teologia liberal dos séculos XIX e XX trouxe uma segunda onda no programa da deselenização: seu representante eminente é Adolf von Harnack. Durante o tempo dos meus estudos, como nos primeiros anos da minha actividade académica, este programa era fortemente operante também na teologia católica. Como ponto de partida era feita a distinção de Pascal entre o Deus dos filósofos e o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob. No meu discurso em Bonn, em 1959, procurei enfrentar este assunto e não pretendo retomar aqui todo o discurso. Mas gostaria de tentar ressaltar pelo menos em síntese a novidade que caracterizava esta segunda onda de deselenização em relação à primeira.
Como pensamento central sobressai, em Harnack, o regresso simplesmente ao homem Jesus e à sua mensagem simples, que viria antes de todas as teologizações e, precisamente, também antes das helenizações: seria esta mensagem simples que constituiria o verdadeiro ápice do desenvolvimento religioso da humanidade. Jesus teria dado um adeus ao culto em favor da moral. Em conclusão, Ele é representado como pai de uma mensagem moral humanitária.
A finalidade de Harnack no fundo é reconduzir o cristianismo em harmonia com a razão moderna, libertando-o, precisamente, de elementos aparentemente filosóficos e teológicos, como por exemplo a fé na divindade de Cristo e na trindade de Deus.
Neste sentido, a exegese histórico-crítica do Novo Testamento, na sua visão, coloca novamente a teologia no cosmos da universidade: teologia, para Harnack, é algo essencialmente histórico e, portanto, estrictamente científico. O que ela indaga sobre Jesus mediante a critica é, por assim dizer, expressão da razão prática e por conseguinte também sustentável no conjunto da universidade. Na base encontra-se a autolimitação moderna da razão, expressa de maneira clássica nas "críticas" de Kant, que entretanto foi ulteriormente radicalizada pelo pensamento das ciências naturais. Este conceito moderno da razão baseia-se, em síntese, num resumo entre platonismo (cartesianismo) e empirismo, que o sucesso técnico confirmou.
Por um lado pressupõe-se a estrutura matemática da matéria, a sua por assim dizer racionalidade intrínseca, que torna possível compreendê-la e usá-la na sua eficiência concreta: este pressuposto básico e, por assim dizer, o elemento platónico no conceito moderno da natureza. Por outro lado, trata-se da utilizabilidade funcional da natureza para as nossas finalidades, onde só a possibilidade de controlar verdade ou falsidade mediante a experiência fornece a certeza decisiva. O peso entre os dois pólos pode, segundo as circunstâncias, estar mais de uma ou mais da outra parte. Um pensador tão estreitamente positivista como J. Monod declarou-se platónico convicto.
Isto exige duas orientações fundamentais decisivas para a nossa questão. Só o tipo de certezas derivantes da sinergia de matemática e empírica nos permite falar de cientificidade. O que pretende ser ciência deve confrontar-se com este critério. E assim também as ciências que se referem às coisas humanas, como a história, a psicologia, a sociologia e a filosofia procuravam aproximar-se deste cânone da cientificidade. Contudo, é importante para as nossas reflexões o facto de que o método como tal exclui o problema Deus, apresentando-o como um problema acientífico ou pré-científico. Portanto, com isto encontramo-nos diante de uma redução do leque de ciência e razão que é obrigatório pôr em questão.
Voltarei ainda sobre este assunto. Neste momento é suficiente ter presente que, numa tentativa de conservar o carácter de disciplina "científica" da teologia à luz desta perspectiva, do cristianismo restaria apenas um miserável fragmento. Mas devemos dizer mais: se a ciência no seu conjunto é apenas isto, então é o próprio homem que, com isto, sofre uma redução. Mas as interrogações propriamente humanas, isto é, as do "de onde" e do "para onde", os questionamentos da religião e do ethos, não podem encontrar lugar no espaço da razão comum descrita pela "ciência" entendida deste modo e devem ser deslocados no âmbito do subjectivo. O sujeito decide, com base nas suas experiências, o que lhe parece religiosamente sustentável, e a "consciência" subjectiva torna-se portanto a única exigência ética.
Mas, desta forma o ethos e a religião perdem a força de criar uma comunidade e terminam no âmbito da discricionalidade pessoal. Esta é uma condição perigosa para a humanidade: verificamos isto nas patologias ameaçadoras da religião e da razão patologias que necessariamente devem manifestar-se, quando a razão é limitada a tal ponto que as questões da religião e do ethos já não lhe dizem respeito. O que permanece das tentativas de construir uma ética partindo das regras da evolução ou da psicologia e da sociologia, é simplesmente insuficiente.
Antes de chegar às conclusões que todo este raciocínio tem por finalidade, devo mencionar ainda em breve a terceira onda de deselenização que se difunde actualmente. Em consideração do encontro com a multiplicidade das culturas hoje há quem goste de dizer que a síntese com o helenismo, realizada na Igreja antiga, teria sido uma primeira inculturação, que não deveria vincular as outras culturas. Isto deveria ter o direito de retroceder até ao ponto que precedia aquela inculturação para descobrir a simples mensagem do Novo Testamento e inculturá-la depois novamente nos seus respectivos ambientes.
Esta tese não é simplesmente errada; contudo é grosseira e imprecisa. De facto, o Novo Testamento foi escrito em grego e tem em si o contacto com o espírito grego um contacto que se tinha maturado no desenvolvimento precedente do Antigo Testamento. Sem dúvida existem elementos no processo formativo da Igreja antiga que não devem ser integrados em todas as culturas. Mas as decisões de fundo que, precisamente, se referem ao relacionamento da fé com a investigação da razão humana, estas decisões de fundo pertencem à própria fé e são os seus desenvolvimentos, conformes com a sua natureza.
Com isto chego à conclusão. Esta tentativa, feita apenas em linhas gerais, de crítica da razão moderna a partir do seu interior, não inclui absolutamente a opinião de que agora se deva voltar atrás, à época anterior ao iluminismo, rejeitando as convicções da era moderna. Aquilo que no desenvolvimento moderno do espírito é válido, é reconhecido sem hesitações: todos estamos gratos pelas grandiosas possibilidades que ele abriu ao homem e pelos progressos no campo humano que nos foram proporcionados. O ethos da cientificidade, afinal, é como Vossa Magnificência mencionou vontade de obediência à verdade e, por conseguinte, expressão de uma atitude que faz parte das decisões fundamentais do espírito cristão.
Por conseguinte, a intenção não é retracção, nem crítica negativa; ao contrário, trata-se de um alargamento do nosso conceito de razão e do seu uso. Porque com toda a alegria diante das possibilidades do homem, vemos também as ameaças que sobressaem destas possibilidades e devemos perguntar-nos como podemos dominá-las. Só o conseguiremos se razão e fé estiverem unidas de uma nova forma; se superarmos a limitação autodecretada da razão ao que é verificável na experiência, e lhe abrirmos de novo toda a sua vastidão. Neste sentido, a teologia, não só como disciplina histórica e humano-científica, mas como verdadeira teologia, ou seja, como interrogação sobre a razão da fé, deve ter o seu lugar na universidade e no amplo diálogo das ciências.
Só assim nos tornamos também capazes de um verdadeiro diálogo das culturas e das religiões um diálogo do qual temos urgente necessidade. No mundo ocidental domina amplamente a opinião de que só a razão positivista e as formas de filosofia dela derivantes sejam universais. Mas as culturas profundamente religiosas do mundo vêem precisamente nesta exclusão do divino da universalidade da razão um ataque às suas convicções mais íntimas. Uma razão, que diante do divino é surda e rejeita a religião do âmbito das subculturas, é incapaz de se inserir no diálogo das culturas.
Contudo, a razão moderna típica das ciências naturais, com o seu elemento platónico intrínseco, tem em si, como procurei demonstrar, uma pergunta que a transcende juntamente com as suas possibilidades metódicas. Ela mesma deve simplesmente aceitar a estrutura racional da matéria e a correspondência entre o nosso espírito e as estruturas racionais actuantes na natureza como um dado de facto, sobre o qual se baseia o seu percurso metódico. Mas a pergunta acerca do porque deste dado de facto existe e deve ser confiada pelas ciências naturais a outros níveis e modos do pensar à filosofia e à teologia.
Para a filosofia e, de maneira diferente, para a teologia, ouvir as grandes experiências e convicções das tradições religiosas da humanidade, especialmente a da fé crista, constitui uma fonte de conhecimento; recusar-se significaria uma limitação inaceitável do nosso ouvir e responder.
Vêm-me à mente a este ponto uma palavra de Sócrates a Fédon. Nos diálogos precedentes tinham sido tratadas muitas opiniões filosóficas erradas, e então Sócrates diz: "Seria muito compreensível se alguém, devido à irritação por tantas coisas erradas, para o resto da sua vida desprezasse qualquer discurso sobre o ser ou o denegrisse. Mas desta forma perderia a verdade do ser e sofreria um grande dano".
O ocidente, desde há muito tempo, está ameaçado por esta repulsa contra os questionamentos fundamentais da sua razão, e assim poderia sofrer unicamente um grande dano. A coragem de se abrir à vastidão da razão, não a rejeição da sua grandeza este é o programa com que uma teologia comprometida na reflexão sobre a fé bíblica, entra no debate do tempo presente. "Não agir segundo razão, não agir com o logos, é contrário à natureza de Deus", disse Manuel II, partindo da sua imagem cristã de Deus, ao interlocutor persa. Para este grande logos, para esta vastidão da razão, convidamos os nossos interlocutores no diálogo das culturas. Encontrá-la nós próprios sempre de novo, é a grande tarefa da universidade.
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches
/2006/september/documents/
hf_ben-xvi_spe_20060912_university-regensburg_po.html
Publico-o aqui para que todos possamos discutir a fonte e não os comentários sobre o que dizem que foi dito. Esta é uma piada para alguns que me lêem.
Eu gosto de falar com conhecimento de causa.
DISCURSO DO SANTO PADRE
AOS REPRESENTANTES DO MUNDO CIENTÍFICO
E CULTURAL DA BAVIERA NA AULA MAGNA
DA UNIVERSIDADE DE REGENSBURG
Terça-feira, 12 de Setembro de 2006
"Fé, razão e universidade. Recordações e reflexões"
Eminências
Magnificências
Excelências
Ilustres Senhores
Gentis Senhoras
É para mim um momento emocionante encontrar-me de novo na universidade e poder mais uma vez pronunciar uma lição. Os meus pensamentos, contemporaneamente, voltam àqueles anos em que, depois de um grande período passado no Instituto superior de Freising, comecei a minha actividade de professor académico na universidade de Bonn. Era em 1959 ainda o tempo da velha universidade dos professores ordinários. Para cada uma das cátedras não existiam nem assistentes nem dactilógrafos, mas em compensação havia um contacto muito directo com os estudantes e sobretudo também entre os professores. Encontrávamo-nos primeiro e depois das lições nas salas dos professores. Os contactos com os historiadores, os filósofos, os filólogos e naturalmente também entre as duas faculdades teológicas eram muito estreitos. Uma vez por semestre fazia-se o chamado dies academicus, no qual professores de todas as faculdades se apresentavam diante dos estudantes de toda a universidade, tornando assim possível uma experiência de universitas uma coisa à qual também o Senhor, Magnífico Reitor, se referiu há pouco isto é, a experiência, o facto de que nós não obstante todas as especializações, que por vezes nos tornam incapazes de comunicar entre nós, formamos um todo e trabalhamos no todo da única razão com as suas várias dimensões, estando assim juntos também na responsabilidade comum pelo recto uso da razão este facto torna-se experiência viva.
Sem dúvida, a universidade era orgulhosa também das suas duas faculdades teológicas. Era claro que também elas, interrogando-se sobre a racionalidade da fé, desempenham uma obra que necessariamente faz parte do "todo" da universitas scientiarum, mesmo se nem todos podiam partilhar a fé, para cuja co-relação com a razão comum se comprometem os teólogos. Esta unidade interior no universo da razão não foi perturbada nem sequer quando certa vez filtrou a notícia de que um dos colegas dissera que na nossa universidade havia algo de anormal: duas faculdades que se ocupavam de uma coisa que não existia de Deus. Que mesmo perante um cepticismo tão radical seja necessário e normal interrogar-se sobre Deus através da razão e isto deva ser feito no contexto da tradição da fé cristã: no conjunto da universidade, isto era uma convicção fora de questão.
Tudo me voltou à mente, quando li a parte publicada pelo professor Theodore Khoury (Münster) do diálogo que o douto imperador bizantino Manuel II, Paleólogo, talvez durante os meses do Inverno de 1391 em Ankara, teve com um persa culto sobre cristianismo e islão e sobre a verdade de ambos. Talvez tenha sido depois o próprio imperador quem escreveu, durante o assédio de Constantinopla entre 1394 e 1402, este diálogo; explica-se assim por que os seus raciocínios sejam referidos de modo muito mais pormenorizado do que os do seu interlocutor persa. O diálogo alarga-se sobre todo o âmbito das estruturas da fé contidas na Bíblia e no Alcorão e detém-se sobretudo sobre a imagem de Deus e do homem, mas necessariamente também sempre de novo sobre a relação entre as como se dizia três "Leis" ou três "ordens de vida": Antigo Testamento, Novo Testamento, Alcorão. Não desejo falar disto nesta lição; gostaria de tratar só um assunto bastante marginal na estrutura de todo o diálogo que, no contexto do tema "fé e razão", me fascinou e me servirá como ponto de partida para as minhas reflexões sobre este tema.
No sétimo colóquio (διάλεξις, controvérsia) publicado pelo Prof. Khoury, o imperador enfrenta o tema da jihād, da guerra santa. Certamente o imperador sabia que na sua sura 2, 256 se lê: "Nenhuma coacção nas coisas de fé". É uma das suras do período inicial, dizem os peritos, em que o próprio Maomé ainda não tinha poder e estava ameaçado. Mas, naturalmente, o imperador conhecia também as disposições, desenvolvidas sucessivamente e fixadas no Alcorão, sobre a guerra santa.
Sem se deter em pormenores, como a diferença de tratamento entre os que possuem o "Livro" e os "incrédulos" ele, de modo tão brusco que nos surpreende, dirige-se ao seu interlocutor simplesmente com a pergunta central sobre a relação entre religião e violência em geral, dizendo: "Mostra-me também o que Maomé trouxe de novo, e encontrarás apenas coisas más e desumanas, como a sua ordem de difundir através da espada a fé que ele pregava".
O imperador, depois de se ter pronunciado de modo tão duro, explica minuciosamente as razões pelas quais a difusão da fé mediante a violência é irracional. A violência está em contraste com a natureza de Deus e a natureza da alma. "Deus não se apraz com o sangue diz ele não agir segundo a razão "σὺν λόγω", é contrário à natureza de Deus. A fé é fruto da alma, não do corpo. Por conseguinte, quem quiser levar alguém à fé precisa da capacidade de falar bem e de raciocinar correctamente, e não da violência e da ameaça... Para convencer uma alma racional não é necessário dispor nem do próprio braço, nem de instrumentos para ferir nem de qualquer outro meio com o qual se possa ameaçar de morte uma pessoa...".
A afirmação decisiva nesta argumentação contra a conversão mediante a violência é: não agir segundo a razão é contrário à natureza de Deus. O editor, Theodore Khoury, comenta: para o imperador, sendo um bizantino que cresceu na filosofia grega, esta afirmação é evidente. Para a doutrina muçulmana, ao contrário, Deus é absolutamente transcendente. A sua vontade não está relacionada com nenhuma das nossas categorias, mesmo que fosse a da racionalidade. Neste contexto Khoury cita uma obra do conhecido islamita francês R. Arnaldez, o qual ressalta que Ibn Hazm chega a declarar que Deus não estaria relacionado nem sequer com a sua própria palavra e que nada o obrigaria a revelar a nós a verdade. Se fosse a sua vontade, o homem deveria praticar também a idolatria.
A este ponto abre-se, na compreensão de Deus e por conseguinte na realização concreta da religião, um dilema que hoje nos desafia de maneira muito directa. A convicção de que agir contra a razão esteja em contradição com a natureza de Deus, é apenas um pensamento grego ou é sempre válido e por si mesmo? Penso que neste ponto se manifeste a profunda concordância entre o que é grego no sentido melhor e o que é fé em Deus sobre o fundamento da Bíblia. Modificando o primeiro versículo do Livro do Génesis, o primeiro versículo de toda a Sagrada Escritura, João iniciou o prólogo do seu Evangelho com as palavras: "No princípio era o λόγος". É precisamente esta a mesma palavra que o imperador usa: Deus age "σὺν λόγω", com logos. Logos significa ao mesmo tempo razão e palavra uma razão que é criadora e capaz precisamente de se comunicar mas como razão. Com isto João deu-nos a palavra conclusiva sobre o conceito bíblico de Deus, a palavra na qual todos os caminhos muitas vezes cansativos e sinuosos da fé bíblica alcançam a sua meta, encontram a sua síntese.
No princípio era o logos, e o logos é Deus, diz-nos o evangelista. O encontro entre a mensagem bíblica e o pensamento grego não era um simples caso. A visão de São Paulo, diante da qual se tinham fechado os caminhos da Ásia e que, em sonho, viu um Macedónio e ouviu a sua súplica: "Vem para a Macedónia e ajuda-nos" (cf. Act 16, 6-10) esta visão pode ser interpretada como uma "condensação" da necessidade intrínseca de uma aproximação entre fé bíblica e o interrogar-se grego.
Na realidade, esta aproximação já tinha sido iniciada desde há muito tempo. Já o nome misterioso de Deus na sarça ardente, que afasta este Deus do conjunto das divindades com numerosos nomes afirmando apenas o seu "Eu sou", o seu ser, é, em relação ao mito, uma contestação com a qual está em íntima analogia a tentativa de Sócrates de vencer e superar o próprio mito. O processo iniciado na sarça alcança, no Antigo Testamento, uma nova maturidade durante o exílio, onde o Deus de Israel, agora privado da Terra e do culto, se anuncia como o Deus do céu e da terra, apresentando-se com uma simples fórmula que prolonga a palavra da sarça: "Eu sou".
Com este novo conhecimento de Deus caminha em sintonia uma espécie de iluminismo, que se expressa de maneira drástica no escárnio das divindades que seriam apenas obra das mãos do homem (cf. Sl 115). Assim, não obstante toda a dureza do desacordo com os soberanos helenistas, que queriam obter com a força a adaptação ao estilo de vida grego e ao seu culto idolátrico, a fé bíblica, durante a época helenista, ia interiormente ao encontro da parte melhor do pensamento grego, até chegar a um contacto recíproco que depois se realizou especialmente na literatura sapiencial tardia.
Hoje nós sabemos que a tradução grega do Antigo Testamento, realizada em Alexandria a "Septuaginta" é mais que uma simples tradução (que talvez se deva avaliar de modo pouco positivo) do texto hebraico: de facto, é um testemunho textual distinto e um especifico e importante passo da história da Revelação, no qual se realizou este encontro de uma forma que para o nascimento do cristianismo e para a sua divulgação teve um significado decisivo. No fundo, trata-se do encontro entre fé e razão, entre autêntico iluminismo e religião. Partindo verdadeiramente da natureza íntima da fé cristã e, ao mesmo tempo, da natureza do pensamento grego já fundido com a fé, Manuel II podia dizer: Não agir "com o logos" é contrário à natureza de Deus.
Honestamente é preciso anotar a este ponto que, no final da Idade Média, se desenvolveram na teologia tendências que rompem esta síntese entre espírito grego e espírito cristão. Em contraste com o chamado intelectualismo agostiniano e tomista iniciou com Duns Scott uma orientação voluntária, a qual no fim, nos desenvolvimentos sucessivos, levou à afirmação de que nós de Deus só conheceremos a voluntas ordinata. Para além dela existiria a liberdade de Deus, em virtude da qual Ele teria podido criar e fazer também o contrário de tudo o que efectivamente fez.
Aqui vêem-se posições que, sem dúvida, se podem aproximar às de Ibn Hazm e poderiam conduzir até à imagem de um Deus-Arbítrio, que não está relacionado nem com a verdade nem com o bem. A transcendência e a diversidade de Deus são acentuadas de modo tão exagerado, que também a nossa razão, o nosso sentido do verdadeiro e do bem já não são um verdadeiro espelho de Deus, cujas possibilidades abismais permanecem para nós eternamente inalcançáveis e escondidas por detrás das suas decisões efectivas.
Em contraste com isto, a fé da Igreja sempre se ateve à convicção de que entre Deus e nós, entre o seu eterno Espírito criador e a nossa razão criada exista uma verdadeira analogia, na qual como disse o Concílio Lateranense IV em 1215 sem dúvida as diferenças são infinitamente maiores que as semelhanças, mas contudo não até ao ponto de abolir a analogia e a sua linguagem. Deus não é mais divino pelo facto de que o afastamos para longe de nós num voluntarismo puro e impenetrável, mas o Deus verdadeiramente divino é aquele Deus que se mostrou como logos e como logos agiu e age cheio de amor em nosso favor. Sem dúvida, o amor, como diz Paulo, "ultrapassa" o conhecimento e é por isto capaz de compreender mais do que o simples pensamento (cf. Ef 3, 19), contudo ele permanece o amor do Deus-Logos, para o qual o culto cristão é, como diz ainda Paulo "λογικη λατρεία" um culto que concorda com o Verbo eterno e com a nossa razão (cf. Rm 12, 1).
A aqui mencionada recíproca aproximação interior, que se teve entre a fé bíblica e o interrogar-se sobre o plano filosófico do pensamento grego, é um elemento de importância decisiva não só sob o ponto de vista da história das religiões, mas também sob o ponto de vista da história universal um elemento que nos compromete também hoje. Considerado este encontro, não surpreende que o cristianismo, apesar da sua origem e de alguns seus desenvolvimentos importantes no Oriente, tenha por fim encontrado a sua marca historicamente decisiva na Europa. Podemos expressar isto também inversamente: este encontro, ao qual se acrescenta sucessivamente ainda o património de Roma, criou a Europa e permanece o fundamento do que, com razão, se pode chamar Europa.
À tese que o património grego, criticamente purificado, seja uma parte integrante da fé cristã, opõe-se o requerimento da deselenização do cristianismo um requerimento que desde o início da idade moderna domina de modo crescente a pesquisa teológica. Visto mais de perto, podem-se observar três ondas no programa da deselenização: apesar de estarem relacionadas entre si, elas nas suas motivações e nos seus objectivos são claramente distintas uma da outra.
A deselenização emerge primeiro em ligação com os postulados da Reforma do século XVI. Considerando a tradição das escolas teológicas, os reformadores vêem-se diante de uma sistematização da fé condicionada totalmente pela filosofia, isto é, perante uma determinação da fé a partir de fora em virtude de um modo de pensar que não derivava dela. Assim a fé já não se apresentava como palavra histórica viva, mas como elemento inserido na estrutura de um sistema filosófico.
A sola Scriptura ao contrário procura a forma pura primordial da fé, do modo como está presente originariamente na Palavra bíblica. A metafísica aparece como um pressuposto derivante de outra fonte, da qual é necessário libertar a fé para a fazer voltar a ser totalmente ela mesma. Com a sua afirmação de ter que pôr de lado o pensar para dar espaço à fé, Kant agiu com base neste programa com uma radicalidade imprevisível para os reformadores. Com isto ele ancorou a fé exclusivamente à razão prática, negando-lhe o total acesso à realidade.
A teologia liberal dos séculos XIX e XX trouxe uma segunda onda no programa da deselenização: seu representante eminente é Adolf von Harnack. Durante o tempo dos meus estudos, como nos primeiros anos da minha actividade académica, este programa era fortemente operante também na teologia católica. Como ponto de partida era feita a distinção de Pascal entre o Deus dos filósofos e o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob. No meu discurso em Bonn, em 1959, procurei enfrentar este assunto e não pretendo retomar aqui todo o discurso. Mas gostaria de tentar ressaltar pelo menos em síntese a novidade que caracterizava esta segunda onda de deselenização em relação à primeira.
Como pensamento central sobressai, em Harnack, o regresso simplesmente ao homem Jesus e à sua mensagem simples, que viria antes de todas as teologizações e, precisamente, também antes das helenizações: seria esta mensagem simples que constituiria o verdadeiro ápice do desenvolvimento religioso da humanidade. Jesus teria dado um adeus ao culto em favor da moral. Em conclusão, Ele é representado como pai de uma mensagem moral humanitária.
A finalidade de Harnack no fundo é reconduzir o cristianismo em harmonia com a razão moderna, libertando-o, precisamente, de elementos aparentemente filosóficos e teológicos, como por exemplo a fé na divindade de Cristo e na trindade de Deus.
Neste sentido, a exegese histórico-crítica do Novo Testamento, na sua visão, coloca novamente a teologia no cosmos da universidade: teologia, para Harnack, é algo essencialmente histórico e, portanto, estrictamente científico. O que ela indaga sobre Jesus mediante a critica é, por assim dizer, expressão da razão prática e por conseguinte também sustentável no conjunto da universidade. Na base encontra-se a autolimitação moderna da razão, expressa de maneira clássica nas "críticas" de Kant, que entretanto foi ulteriormente radicalizada pelo pensamento das ciências naturais. Este conceito moderno da razão baseia-se, em síntese, num resumo entre platonismo (cartesianismo) e empirismo, que o sucesso técnico confirmou.
Por um lado pressupõe-se a estrutura matemática da matéria, a sua por assim dizer racionalidade intrínseca, que torna possível compreendê-la e usá-la na sua eficiência concreta: este pressuposto básico e, por assim dizer, o elemento platónico no conceito moderno da natureza. Por outro lado, trata-se da utilizabilidade funcional da natureza para as nossas finalidades, onde só a possibilidade de controlar verdade ou falsidade mediante a experiência fornece a certeza decisiva. O peso entre os dois pólos pode, segundo as circunstâncias, estar mais de uma ou mais da outra parte. Um pensador tão estreitamente positivista como J. Monod declarou-se platónico convicto.
Isto exige duas orientações fundamentais decisivas para a nossa questão. Só o tipo de certezas derivantes da sinergia de matemática e empírica nos permite falar de cientificidade. O que pretende ser ciência deve confrontar-se com este critério. E assim também as ciências que se referem às coisas humanas, como a história, a psicologia, a sociologia e a filosofia procuravam aproximar-se deste cânone da cientificidade. Contudo, é importante para as nossas reflexões o facto de que o método como tal exclui o problema Deus, apresentando-o como um problema acientífico ou pré-científico. Portanto, com isto encontramo-nos diante de uma redução do leque de ciência e razão que é obrigatório pôr em questão.
Voltarei ainda sobre este assunto. Neste momento é suficiente ter presente que, numa tentativa de conservar o carácter de disciplina "científica" da teologia à luz desta perspectiva, do cristianismo restaria apenas um miserável fragmento. Mas devemos dizer mais: se a ciência no seu conjunto é apenas isto, então é o próprio homem que, com isto, sofre uma redução. Mas as interrogações propriamente humanas, isto é, as do "de onde" e do "para onde", os questionamentos da religião e do ethos, não podem encontrar lugar no espaço da razão comum descrita pela "ciência" entendida deste modo e devem ser deslocados no âmbito do subjectivo. O sujeito decide, com base nas suas experiências, o que lhe parece religiosamente sustentável, e a "consciência" subjectiva torna-se portanto a única exigência ética.
Mas, desta forma o ethos e a religião perdem a força de criar uma comunidade e terminam no âmbito da discricionalidade pessoal. Esta é uma condição perigosa para a humanidade: verificamos isto nas patologias ameaçadoras da religião e da razão patologias que necessariamente devem manifestar-se, quando a razão é limitada a tal ponto que as questões da religião e do ethos já não lhe dizem respeito. O que permanece das tentativas de construir uma ética partindo das regras da evolução ou da psicologia e da sociologia, é simplesmente insuficiente.
Antes de chegar às conclusões que todo este raciocínio tem por finalidade, devo mencionar ainda em breve a terceira onda de deselenização que se difunde actualmente. Em consideração do encontro com a multiplicidade das culturas hoje há quem goste de dizer que a síntese com o helenismo, realizada na Igreja antiga, teria sido uma primeira inculturação, que não deveria vincular as outras culturas. Isto deveria ter o direito de retroceder até ao ponto que precedia aquela inculturação para descobrir a simples mensagem do Novo Testamento e inculturá-la depois novamente nos seus respectivos ambientes.
Esta tese não é simplesmente errada; contudo é grosseira e imprecisa. De facto, o Novo Testamento foi escrito em grego e tem em si o contacto com o espírito grego um contacto que se tinha maturado no desenvolvimento precedente do Antigo Testamento. Sem dúvida existem elementos no processo formativo da Igreja antiga que não devem ser integrados em todas as culturas. Mas as decisões de fundo que, precisamente, se referem ao relacionamento da fé com a investigação da razão humana, estas decisões de fundo pertencem à própria fé e são os seus desenvolvimentos, conformes com a sua natureza.
Com isto chego à conclusão. Esta tentativa, feita apenas em linhas gerais, de crítica da razão moderna a partir do seu interior, não inclui absolutamente a opinião de que agora se deva voltar atrás, à época anterior ao iluminismo, rejeitando as convicções da era moderna. Aquilo que no desenvolvimento moderno do espírito é válido, é reconhecido sem hesitações: todos estamos gratos pelas grandiosas possibilidades que ele abriu ao homem e pelos progressos no campo humano que nos foram proporcionados. O ethos da cientificidade, afinal, é como Vossa Magnificência mencionou vontade de obediência à verdade e, por conseguinte, expressão de uma atitude que faz parte das decisões fundamentais do espírito cristão.
Por conseguinte, a intenção não é retracção, nem crítica negativa; ao contrário, trata-se de um alargamento do nosso conceito de razão e do seu uso. Porque com toda a alegria diante das possibilidades do homem, vemos também as ameaças que sobressaem destas possibilidades e devemos perguntar-nos como podemos dominá-las. Só o conseguiremos se razão e fé estiverem unidas de uma nova forma; se superarmos a limitação autodecretada da razão ao que é verificável na experiência, e lhe abrirmos de novo toda a sua vastidão. Neste sentido, a teologia, não só como disciplina histórica e humano-científica, mas como verdadeira teologia, ou seja, como interrogação sobre a razão da fé, deve ter o seu lugar na universidade e no amplo diálogo das ciências.
Só assim nos tornamos também capazes de um verdadeiro diálogo das culturas e das religiões um diálogo do qual temos urgente necessidade. No mundo ocidental domina amplamente a opinião de que só a razão positivista e as formas de filosofia dela derivantes sejam universais. Mas as culturas profundamente religiosas do mundo vêem precisamente nesta exclusão do divino da universalidade da razão um ataque às suas convicções mais íntimas. Uma razão, que diante do divino é surda e rejeita a religião do âmbito das subculturas, é incapaz de se inserir no diálogo das culturas.
Contudo, a razão moderna típica das ciências naturais, com o seu elemento platónico intrínseco, tem em si, como procurei demonstrar, uma pergunta que a transcende juntamente com as suas possibilidades metódicas. Ela mesma deve simplesmente aceitar a estrutura racional da matéria e a correspondência entre o nosso espírito e as estruturas racionais actuantes na natureza como um dado de facto, sobre o qual se baseia o seu percurso metódico. Mas a pergunta acerca do porque deste dado de facto existe e deve ser confiada pelas ciências naturais a outros níveis e modos do pensar à filosofia e à teologia.
Para a filosofia e, de maneira diferente, para a teologia, ouvir as grandes experiências e convicções das tradições religiosas da humanidade, especialmente a da fé crista, constitui uma fonte de conhecimento; recusar-se significaria uma limitação inaceitável do nosso ouvir e responder.
Vêm-me à mente a este ponto uma palavra de Sócrates a Fédon. Nos diálogos precedentes tinham sido tratadas muitas opiniões filosóficas erradas, e então Sócrates diz: "Seria muito compreensível se alguém, devido à irritação por tantas coisas erradas, para o resto da sua vida desprezasse qualquer discurso sobre o ser ou o denegrisse. Mas desta forma perderia a verdade do ser e sofreria um grande dano".
O ocidente, desde há muito tempo, está ameaçado por esta repulsa contra os questionamentos fundamentais da sua razão, e assim poderia sofrer unicamente um grande dano. A coragem de se abrir à vastidão da razão, não a rejeição da sua grandeza este é o programa com que uma teologia comprometida na reflexão sobre a fé bíblica, entra no debate do tempo presente. "Não agir segundo razão, não agir com o logos, é contrário à natureza de Deus", disse Manuel II, partindo da sua imagem cristã de Deus, ao interlocutor persa. Para este grande logos, para esta vastidão da razão, convidamos os nossos interlocutores no diálogo das culturas. Encontrá-la nós próprios sempre de novo, é a grande tarefa da universidade.
10.02.2006
Eleições no Brasil
Neste momento, dizem as projecções, Lula da Silva não será eleito à primeira volta. Muitos dos analistas mostram-se cépticos quanto a uma segunda volta triunfal.
Seria interessante analisarmos, friamente, o que Lula fez no seu mandato e, sobretudo, interrogarmo-nos quanto à facilidade com que alguém que esteve envolvido em sucessivos escândalos, continua a ser o legítimo representante do povo e das classes mais desfavorecidas. Este constitui mais um exemplo de dualidade de critérios. Aparentemente, e isso não ponho em causa, os electrodomésticos que Valentim Loureiro ofereceu aos seus eleitores foram compra de votos; no entanto, os cheques passados por Lula da Silva aos brasileiros mais desfavorecidos caem noutro tipo de classificação.
Fotografia de Lula da Silva. Antes ou depois do Botox?. Não sei.
9.27.2006
A Europa tem medo!
"Berlin opera house cancels provocative Mozart production citing security risks
The Associated Press
Published: September 26, 2006
BERLIN
A leading German opera house unleashed a furious debate over free speech Tuesday by pulling a production over fears it posed a security risk because of a scene featuring the severed heads of Buddha, Jesus and Muhammad.
The Deutsche Oper said it had decided "with great regret" to cancel a planned production of Mozart's "Idomeneo" after Berlin security officials warned of an "incalculable risk" because of scenes dealing with Islam, as well as other religions.
Kirsten Harms, director of the Deutsche Oper, told reporters that Berlin state police had warned of a possible — but not certain — threat if the opera, a production by Hans Neuenfels which triggered criticism after its premiere in 2003, were staged.
"If I were to ignore this and say, 'We are going to stage this nevertheless, or because of this,' and something were to happen, then everyone would say, and would be right to say, she ignored the warning of security officials," Harms said.
Neuenfels' production drew widespread criticism over a scene in which King Idomeneo presents the severed heads not only of the Greek god of the sea, Poseidon, but also of Jesus, Buddha and Muhammad. The disputed scene is not part of Moazart's original staging, but was an addition of Neuenfels's production.
"We know the consequences of the conflict over the (Muhammad) caricatures," the opera house said in its statement announcing the change to its fall program. "We believe that needs to be taken very seriously and hope for your support."
Harms said security officials had recommended, but not ordered, that she either cut the scene from the production or pull it from the 2006-2007 lineup.
Harms said she spoke at length with Neuenfels — who insisted his staging not be altered — as well as the orchestra director and others involved in the production before making her decision, which she described as "weighing artistic freedom and freedom of a theater over what pictures it uses to tell a story against the question of security for people's lives."
While some expressed understanding for the decision, most were outraged.
"That is crazy," Interior Minister Wolfgang Schaeuble told reporters in Washington, where he was holding meetings with U.S. officials. "This is unacceptable."
The leader of Germany's Islamic Council welcomed the decision, saying a depiction of Muhammad with a severed head "could certainly offend Muslims."
"Nevertheless, of course I think it is horrible that one has to be afraid," Ali Kizilkaya told Berlin's Radio Multikulti. "That is not the right way to open dialogue."
Berlin Police Chief Dieter Glietsch said on rbb radio that "one can find nothing wrong if, in a climate that's already tense between Islam and the Western world, people avoid heating up the situation further through a scene that can — and perhaps even must — be taken as provocative by pious Muslims."
Berlin's mayor, Klaus Wowereit, however, said that "with all understanding for the concern about the security of spectators and performers, I consider the decision of the director to be wrong.
"Our ideas about openness, tolerance and freedom must be lived out on the offensive. Voluntary self-limitation gives those who fight against our values a confirmation in advance that we will not stand behind them."
Bernd Neumann, the federal government's top cultural official, said that "problems cannot be solved by keeping silent."
"When the concern over possible protests leads to self-censorship, then the democratic culture of free speech becomes endangered."
The decision comes after the German-born Pope Benedict XVI infuriated Muslims by citing a 14th century Byzantine emperor as saying Muhammad brought "things only evil and inhuman."
Earlier this year, furious protests also erupted after a Danish newspaper published 12 cartoons depicting the Prophet Muhammad. Those caricatures were then reprinted by dozens of newspapers and Web sites in Europe and elsewhere, often in the name of freedom of expression.
Islamic law is interpreted to forbid any depiction of Muhammad for fear it could lead to idolatry.
The leader of Germany's Turkish Community said that while he could understand how the production could be seen as offensive, he also encouraged Muslims living in the West to accept certain elements of the traditions here, noting an opera production is not equivalent to a political point of view.
"I would recommend Muslims learn to accept certain things," Kenan Kolat told the online Netzeitung newspaper. "Art must remain free."
___
On the Net:
http://www.deutscheoperberlin.de
Com isto tudo espero que comecem a mudar os compêndios da história de Portugal. ... E da Europa. Não sei mesmo como vamos contar o aparecimento do nosso bem amado (pelo menos por alguns) país. Temo que ainda tornemos a Dinastia Afonsina como não grata.
9.23.2006
Patricia Dunn
9.22.2006
Pinto Monterio, o senhor que se segue
Uma palavra de apreço pelo papel que Souto Moura tentou ter na Procuradoria Geral da República.
A história de Souto Moura demonstra que não chega ser honesto. Ele tentou muita coisa, mas apanhou com tempos, particularmente, complicados. Todos aguardámos, e Souto Moura em particular, o fim deste martírio.
Pinto Monteiro, o senhor que se segue. Espero que esta entrada de touro traga algo de novo.
9.21.2006
Vale a pena ser jornalista de ciência em Portugal?
Na sequela do " vale a pena ser cientista em Portugal?" fui a um colóquio- suponho que sobre comunicação de ciência organizado pelo ( hoje publicamente assumido) assessor do Ministro da Ciência, Mariano Gago, e que, estranhamente, ainda (e também) se assume como jornalista. E falava Manuel Maria Carrilho das empresas de comunicação,...
Obviamente, que estou a falar do quase sempre presente Jorge Massada que é editor/director do "Ciência Hoje" (CH) e que também está a lançar mais outros quantos sites.
Para minha estupefacção Jorge Massada afirmou que "não se interessa sobre a diferença entre vírus ou bactérias; não tem interesse nenhum, pois, para ele, é tudo a mesma coisa".
Falava-se então do facto de a linguagem dos cientistas, e muitas vezes os seus artigos, ser altamente repetitiva, não podendo ser igual à linguagem dos jornalistas. Todos nós aprendemos de facto (lá para o 1º ou 2º ano do ciclo) que existem vários tipos de linguagem.... Uma jornalista, cujo nome não me lembro, queixava-se que tinha de ter uma preocupação enorme com a forma do texto e na impossibilidade de repetir palavras. Foi pois, no meio da sua insustentável leveza que refere que se numa linha fala em bactérias, na outra tinha que lhe chamar vírus pois não podia em duas linhas consecutivas chamar bactéria ou vírus duas vezes. Sabia de facto que estava a ser incorrecta porque havia, na sua gentil cabecinha, uma pequena diferença ( não muito grande) entre as duas coisas, mas que de facto o público em geral não iria notar.
Eis que a Jorge Massada, que se assume como jornalista de ciência, não lhe interessa saber se é uma bactéria ou um vírus. Como que é que algo que tem tanta relevância na saúde pública, pois não é mais do que a diferença entre tomar um antibiótico ou uma antiviral, pode não ter importância. Esta é mesma pessoa que no ciência hoje acha importante relatar e divulgar as descobertas dos investigadores portugueses sobre a proteína X ( um quiriquiqui) que existe dentro das células (suponhamos do ratinho). Foi esta mesma pessoa que disse que não falava em H5N1 pois ninguém saberia o que era mas falava em gripe das aves para as pessoas perceberem...
Alguém me explica a falta de coerência entre esta afirmação e aquilo que supostamente é a sua vontade pôr em prática- a divulgação da ciência.
Tenho vontade de perguntar se vale a pena perder tempo e dinheiro a financiar o Jorge Massada. Isso sim... Como é que uma pessoa que não quer saber a diferença entre estes dois organismos que nem todos consideram seres vivos- explico, nem todos consideram os vírus seres vivos, deseja ser o porta-bandeira do jornalismo científico em Portugal.
Vale a pena ser jornalista de ciência em Portugal?????
Este tipo de jornalismo, não de certeza.
Obviamente, que estou a falar do quase sempre presente Jorge Massada que é editor/director do "Ciência Hoje" (CH) e que também está a lançar mais outros quantos sites.
Para minha estupefacção Jorge Massada afirmou que "não se interessa sobre a diferença entre vírus ou bactérias; não tem interesse nenhum, pois, para ele, é tudo a mesma coisa".
Falava-se então do facto de a linguagem dos cientistas, e muitas vezes os seus artigos, ser altamente repetitiva, não podendo ser igual à linguagem dos jornalistas. Todos nós aprendemos de facto (lá para o 1º ou 2º ano do ciclo) que existem vários tipos de linguagem.... Uma jornalista, cujo nome não me lembro, queixava-se que tinha de ter uma preocupação enorme com a forma do texto e na impossibilidade de repetir palavras. Foi pois, no meio da sua insustentável leveza que refere que se numa linha fala em bactérias, na outra tinha que lhe chamar vírus pois não podia em duas linhas consecutivas chamar bactéria ou vírus duas vezes. Sabia de facto que estava a ser incorrecta porque havia, na sua gentil cabecinha, uma pequena diferença ( não muito grande) entre as duas coisas, mas que de facto o público em geral não iria notar.
Eis que a Jorge Massada, que se assume como jornalista de ciência, não lhe interessa saber se é uma bactéria ou um vírus. Como que é que algo que tem tanta relevância na saúde pública, pois não é mais do que a diferença entre tomar um antibiótico ou uma antiviral, pode não ter importância. Esta é mesma pessoa que no ciência hoje acha importante relatar e divulgar as descobertas dos investigadores portugueses sobre a proteína X ( um quiriquiqui) que existe dentro das células (suponhamos do ratinho). Foi esta mesma pessoa que disse que não falava em H5N1 pois ninguém saberia o que era mas falava em gripe das aves para as pessoas perceberem...
Alguém me explica a falta de coerência entre esta afirmação e aquilo que supostamente é a sua vontade pôr em prática- a divulgação da ciência.
Tenho vontade de perguntar se vale a pena perder tempo e dinheiro a financiar o Jorge Massada. Isso sim... Como é que uma pessoa que não quer saber a diferença entre estes dois organismos que nem todos consideram seres vivos- explico, nem todos consideram os vírus seres vivos, deseja ser o porta-bandeira do jornalismo científico em Portugal.
Vale a pena ser jornalista de ciência em Portugal?????
Este tipo de jornalismo, não de certeza.
9.17.2006
24 horas
Sempre me interroguei como é que uma relação entre duas pessoas poderia sobreviver a 24 horas de convivência. Desde a minha mais tenra infância tinha professores que eram casados ou viviam juntos, convivendo 24 horas por dia. Nunca entendi que a minha simpática professora de história pudesse discutir nas reuniões de professores e na sala de professores os seus problemas com o intempestivo marido, o professor de matemática; depois ir para casa de carro com ele e conviver com ele.
Mas de facto, os casos mais gritantes encontrei-os ( e penso que quase todos) na faculdade. O regente da cadeira (normalmente, era ele o regente da cadeira) era casado com a assistente das práticas, que por acaso fora (ou era) sua estudante de doutoramento. Neste caso não se tratava só de serem colegas de profissão, mas partilhavam os mesmos problemas a cada momento. Isto seria para mim no mínimo sufocante, apesar de muito comum no mundo científico. E deve também assumir, que a minha personalidade competitiva nunca na vida me permitiria semelhante coisa.
De tal forma as interrogações tinham razão de ser que a revista generalista de divulgação de ciência, The Scientist, publicou um artigo sobre os casais cientistas, intitulado
“In Sickness and in Health. Making marriage work at the job can be challenging for couples as well as colleagues". http://www.the-scientist.com/article/home/24482/.
E para os eventualmente interessados, aqui vão dez conselhos mais ou menos úteis. De facto, podem ser aplicados às mais variadas profissões pois não é apenas no mundo dos cientistas que este tipo de relações acontece.
10 WAYS TO SAVE YOUR SCIENTIFIC MARRIAGE - AND CAREER
Two couples - Gordon Lithgow and Julie Andersen, researchers at the Buck Institute for Age Research, and Chris and Susan Molineaux at Proteolix - have successful marriages and scientific careers. Here are their secrets for success.
1. "Avoid even slightly giving the wrong impression that YOUR career and YOUR science is more important than the other person's," says Gordon Lithgow.
2. "Don't forget to cite your spouse's papers if they are relevant!" says Lithgow.
3. Do not "become too much of a united front," says Julie Andersen. "You want your colleagues to feel comfortable communicating with you as an individual rather than feeling they need to deal with the two of you as a block." And "don't have lunch together," says Chris Molineaux, vice president of development at Proteolix. "You don't want to shut out other people. Also, there's nothing left to talk about at dinner!"
4. "Women, keep your maiden name," says Chris Molineaux. "It maintains your separate identity - you can remain "stealth marrieds" for much longer. And when people ask for "Dr. . . . ", the receptionist/mate/child doesn't have to keep asking, "Him or her?'"
5. "Don't be too rigid about where you want to live, when you want to move, etc.," says Chris Molineaux. "When there are two careers, the choices are sometimes more limited. Universities are often located far apart from one another and industries are usually ‘regionalized,' so couples have to be ready to live wherever it works out, and often have long commutes. This has happened to us several times."
6. "Don't go to the same meetings unless absolutely necessary," says Chris Molineaux. "We've often said, ‘You don't need two Molineauxs at a meeting,' since we usually have the same answers/observations/questions."
7. "For women in particular: Always view yourself as a stand-alone economic unit; that is, negotiate for a position as if you were by yourself," says Susan Molineaux, CEO of Proteolix.
8. "Also for women: Make sure both of you are committed to sharing childcare, because both of you will have jobs that demand way more than 40 hours a week," says Susan Molineaux.
9. The Molineauxs' second daughter cautions: "Don't discuss science at breakfast."
10. But "do talk about science - after breakfast," says Susan Molineaux. "Sharing a passion is key for a long-term relationship," she says.
Mas de facto, os casos mais gritantes encontrei-os ( e penso que quase todos) na faculdade. O regente da cadeira (normalmente, era ele o regente da cadeira) era casado com a assistente das práticas, que por acaso fora (ou era) sua estudante de doutoramento. Neste caso não se tratava só de serem colegas de profissão, mas partilhavam os mesmos problemas a cada momento. Isto seria para mim no mínimo sufocante, apesar de muito comum no mundo científico. E deve também assumir, que a minha personalidade competitiva nunca na vida me permitiria semelhante coisa.
De tal forma as interrogações tinham razão de ser que a revista generalista de divulgação de ciência, The Scientist, publicou um artigo sobre os casais cientistas, intitulado
“In Sickness and in Health. Making marriage work at the job can be challenging for couples as well as colleagues". http://www.the-scientist.com/article/home/24482/.
E para os eventualmente interessados, aqui vão dez conselhos mais ou menos úteis. De facto, podem ser aplicados às mais variadas profissões pois não é apenas no mundo dos cientistas que este tipo de relações acontece.
10 WAYS TO SAVE YOUR SCIENTIFIC MARRIAGE - AND CAREER
Two couples - Gordon Lithgow and Julie Andersen, researchers at the Buck Institute for Age Research, and Chris and Susan Molineaux at Proteolix - have successful marriages and scientific careers. Here are their secrets for success.
1. "Avoid even slightly giving the wrong impression that YOUR career and YOUR science is more important than the other person's," says Gordon Lithgow.
2. "Don't forget to cite your spouse's papers if they are relevant!" says Lithgow.
3. Do not "become too much of a united front," says Julie Andersen. "You want your colleagues to feel comfortable communicating with you as an individual rather than feeling they need to deal with the two of you as a block." And "don't have lunch together," says Chris Molineaux, vice president of development at Proteolix. "You don't want to shut out other people. Also, there's nothing left to talk about at dinner!"
4. "Women, keep your maiden name," says Chris Molineaux. "It maintains your separate identity - you can remain "stealth marrieds" for much longer. And when people ask for "Dr. . . . ", the receptionist/mate/child doesn't have to keep asking, "Him or her?'"
5. "Don't be too rigid about where you want to live, when you want to move, etc.," says Chris Molineaux. "When there are two careers, the choices are sometimes more limited. Universities are often located far apart from one another and industries are usually ‘regionalized,' so couples have to be ready to live wherever it works out, and often have long commutes. This has happened to us several times."
6. "Don't go to the same meetings unless absolutely necessary," says Chris Molineaux. "We've often said, ‘You don't need two Molineauxs at a meeting,' since we usually have the same answers/observations/questions."
7. "For women in particular: Always view yourself as a stand-alone economic unit; that is, negotiate for a position as if you were by yourself," says Susan Molineaux, CEO of Proteolix.
8. "Also for women: Make sure both of you are committed to sharing childcare, because both of you will have jobs that demand way more than 40 hours a week," says Susan Molineaux.
9. The Molineauxs' second daughter cautions: "Don't discuss science at breakfast."
10. But "do talk about science - after breakfast," says Susan Molineaux. "Sharing a passion is key for a long-term relationship," she says.
9.13.2006
Massada, um defensor seguro
De facto, Jorge Massada é uma pessoa de investimento assegurada.
A sua indignação com as brincadeiras " de muito mau gosto" que houve contra a pfizer resultam única e exclusivamente do facto de o Ciência Hoje ser patrocinado pela dita.
E aparentemente, é difícil conseguir publicidade nas páginas do seu jornal online. Só isso justifica que ao lado de duas caixas de publicidade vazias, a aguardar acordos publicitários (ou interessados), surja em desespero de causa publicidade a uma empresa que milhões de Portugueses odeiam -A NETCABO, um dos braços do polvo do grande monopólio PT. Só espero que a Sonae compre aquela empresa. Viva a OPA.
9.12.2006
A Blasfémia
O bloggers e o blog Blasfémica continua ao seu mais alto nível.
Imbatíveis as visões de Mário Soares sobre o terrorismo e os terroristas.
Com o ensejo de justificar as incursões já efectuadas no passado pelo mundo árabe, Mário Soares continua a defender o dialogo. Não me esqueço que Mário Soares fez parte de delegações que se deslocaram à Palestina, para dialogar, e na sua óptica, tentar entender Arafat. Tudo isto se passou em 1978, ou por ai, e tenho a certeza que os historiadores não me deixaram mentir.
Depois disso assinaram-se vários acordos de paz entre Israelitas e Palestinianos. E resultado desses acordos todos conhecemos. AS ajudas em dinheiro para o desenvolvimento do povo Palestiniano foram acumuladas em bancos franceses e qui ça noutras paragens, também em nome de Arafat e família.
Não defendo a guerra, agora não defendo o dialogo a qualquer custo. Como resultado das negociações temos uma Palestina extremistas que odeia o mundo ocidental, pois o dinheiro do ocidente, o que inclui o dinheiro da União Europeia, apenas serviu para corromper os seus heróis.
Os meus parabéns a Helena Matos.
Imbatíveis as visões de Mário Soares sobre o terrorismo e os terroristas.
Com o ensejo de justificar as incursões já efectuadas no passado pelo mundo árabe, Mário Soares continua a defender o dialogo. Não me esqueço que Mário Soares fez parte de delegações que se deslocaram à Palestina, para dialogar, e na sua óptica, tentar entender Arafat. Tudo isto se passou em 1978, ou por ai, e tenho a certeza que os historiadores não me deixaram mentir.
Depois disso assinaram-se vários acordos de paz entre Israelitas e Palestinianos. E resultado desses acordos todos conhecemos. AS ajudas em dinheiro para o desenvolvimento do povo Palestiniano foram acumuladas em bancos franceses e qui ça noutras paragens, também em nome de Arafat e família.
Não defendo a guerra, agora não defendo o dialogo a qualquer custo. Como resultado das negociações temos uma Palestina extremistas que odeia o mundo ocidental, pois o dinheiro do ocidente, o que inclui o dinheiro da União Europeia, apenas serviu para corromper os seus heróis.
Os meus parabéns a Helena Matos.
Ciência Hoje, no Conta Natura
Foi com surpresa que li no conta natura a reacção de Jorge Massada, entre outras coisas editor/director da revista portuguesa online sobre ciência, o Ciência Hoje (CH).
Surpreende-me que alguém que é director de uma revista online profira frases como :
“Pessoalmente, não tenho nada contra que os artigos do Ciência Hoje sejam comentados onde quer que seja. O Conta Natura tem-se feito eco dessa acidez relativamente ao CH - ainda noutro dia li um comentário completamente disparatado a propósito de uma notícia da Lusa em que o «comentador» resolveu «brincar» com o apoio da Pfizer.”
Este tipo de afirmação revela um total desconhecimento da blogosfera, para além de denunciar tiques controleiros, muito típicos de outras paragens.
É verdade meu caro senhor, na blogosfera cada um diz o que pensa, não necessitando, como é óbvio de enxovalhar. O que não me parece que tenha sido o caso.
No entanto o seu espírito controlador foi particularmente evidente em mais uma das suas afirmações:
“O que me parece que poderia ser útil é que as notícias sejam pelo menos também comentadas no local onde surgem. Ajuda a perceber melhor as coisas. Para facilitar, o CH deve surgir já amanhã (ou depois de amanhã) com uma cara nova em que os comentários são directos. Só não serão editados os que contiverem acusações não fundamentadas contra quem quer que seja nem os comentários anónimos. É política da casa.”
Leia-se nesta frase que não serão publicados os comentários com os quais eu não concorde ou que possam conter qualquer tipo conteúdo jocoso ao trabalho por mim (ou pela minha equipa) realizado.
Caro Jorge Massada, não é possível controlar o que vem na blogosfera da mesma forma que se controlam os artigos de opinião ou cartas do leitor publicados nos jornais e pelos vistos, também no Ciência Hoje.
A preocupação quanto à seriedade do que é publicado na revista é deveras comovente. Senão, leia-se:
Finalmente, o CH tem crescido e tem pessoas novas a trabalhar. É natural que surjam erros. Contra natura seria que não surgissem. Há, claro, uma hipótese de não surgirem: não se fazer nada. Mas, aí, nada feito.
Se fosse um dos entrevistados visados, Cláudio Sunkel ou (indirectamente) Sobrinho Simões não sei se ficaria muito contente com o começo do seu comentário:
“...- gostaria de esclarecer que só hoje tomei conhecimento desta resposta de Cláudio Sunkel. No que respeita ao Ciência Hoje, e logo que me seja possível falar com ele (CS), faremos o que for necessário para que o que de facto pensa seja esclarecido.”
Sim, porque a preocupação de Jorge Massada surge na sequencia e na medida directa da resposta de Cláudio Sunkel. Aparentemente, Jorge Massada já tinha conhecimento do post de 7 de Julho sobre a entrevista.
Prometo que, pelo menos uma vez por semana, comentarei de ora em diante o Ciência Hoje (CH).
Surpreende-me que alguém que é director de uma revista online profira frases como :
“Pessoalmente, não tenho nada contra que os artigos do Ciência Hoje sejam comentados onde quer que seja. O Conta Natura tem-se feito eco dessa acidez relativamente ao CH - ainda noutro dia li um comentário completamente disparatado a propósito de uma notícia da Lusa em que o «comentador» resolveu «brincar» com o apoio da Pfizer.”
Este tipo de afirmação revela um total desconhecimento da blogosfera, para além de denunciar tiques controleiros, muito típicos de outras paragens.
É verdade meu caro senhor, na blogosfera cada um diz o que pensa, não necessitando, como é óbvio de enxovalhar. O que não me parece que tenha sido o caso.
No entanto o seu espírito controlador foi particularmente evidente em mais uma das suas afirmações:
“O que me parece que poderia ser útil é que as notícias sejam pelo menos também comentadas no local onde surgem. Ajuda a perceber melhor as coisas. Para facilitar, o CH deve surgir já amanhã (ou depois de amanhã) com uma cara nova em que os comentários são directos. Só não serão editados os que contiverem acusações não fundamentadas contra quem quer que seja nem os comentários anónimos. É política da casa.”
Leia-se nesta frase que não serão publicados os comentários com os quais eu não concorde ou que possam conter qualquer tipo conteúdo jocoso ao trabalho por mim (ou pela minha equipa) realizado.
Caro Jorge Massada, não é possível controlar o que vem na blogosfera da mesma forma que se controlam os artigos de opinião ou cartas do leitor publicados nos jornais e pelos vistos, também no Ciência Hoje.
A preocupação quanto à seriedade do que é publicado na revista é deveras comovente. Senão, leia-se:
Finalmente, o CH tem crescido e tem pessoas novas a trabalhar. É natural que surjam erros. Contra natura seria que não surgissem. Há, claro, uma hipótese de não surgirem: não se fazer nada. Mas, aí, nada feito.
Se fosse um dos entrevistados visados, Cláudio Sunkel ou (indirectamente) Sobrinho Simões não sei se ficaria muito contente com o começo do seu comentário:
“...- gostaria de esclarecer que só hoje tomei conhecimento desta resposta de Cláudio Sunkel. No que respeita ao Ciência Hoje, e logo que me seja possível falar com ele (CS), faremos o que for necessário para que o que de facto pensa seja esclarecido.”
Sim, porque a preocupação de Jorge Massada surge na sequencia e na medida directa da resposta de Cláudio Sunkel. Aparentemente, Jorge Massada já tinha conhecimento do post de 7 de Julho sobre a entrevista.
Prometo que, pelo menos uma vez por semana, comentarei de ora em diante o Ciência Hoje (CH).
Pacheco Pereira
Depois de ter passado o meu serão a televisionar o programa Prós e Contras, com Pacheco Pereira e Mário soares, sobre o terrorismo/ 11 de Setembro gostaria de reafirmar a minha admiração pela coragem e capacidade argumentativa de Pacheco Pereira. Nem sempre é fácil combater com solidez o inverosímil e o politicamente correcto.
9.11.2006
Canadá
Este é o país que muitos insistem em dizer civilizado.
link:
http://www.cbc.ca/mercerreport/backissues.php?season=1
Escolham a season 3, 11 de Abril de 2006, e depois o título "deportation".
link:
http://www.cbc.ca/mercerreport/backissues.php?season=1
Escolham a season 3, 11 de Abril de 2006, e depois o título "deportation".
9.07.2006
Comunicar Ciência.
No site da RAR, www.docerar.pt, é possível encontrar vários itens que envolvem a aplicabilidade do açúcar. Da série "sabia que" podemos encontrara afirmações como esta: o açúcar é usado para produzir penicilina. Apesar de não ser errado constitui publicidade enganosa às propriedades do açúcar. Pelo contrário, todos sabemos que o açúcar pode ser extremamente prejudicial à saúde, quando em excesso.
Adeus muita coisa.
Os números do desemprego em Portugal continuam preocupantes. Há quem ache que são ainda baixos quando compararmos com a percentagem verificada noutros países, em particular nos mais desenvolvidos. Não quero de todo entrar aqui no monólogo de afirmar que nesses países, ditos mais desenvolvidos, as condições da segurança social são completamente diferentes. De facto, na maior parte dos casos o estado protege os que, sempre trabalhando, se vêem um dia numa situação complicada.
Não é, definitivamente, este o caso do Brasil! A comprovar esta afirmação está a notícia publicada no site do público..
Diz a notícia:
“Sabrina Knop, Juliana Neves e Patrícia Kreusburg, três hospedeiras de bordo brasileiras que perderam os seus empregos devido ao processo de falência da companhia Varig, aceitaram ser fotografadas para a edição deste mês da revista Playboy Brasil.“
Foto: Fabio Heizenreder/Playboy/EPA
Sem desejar entrar em qualquer tipo de comentários mais ou menos brejeiros, muito típico de alguns homens que por aí pululam, tenho a certeza que quase todos têm pena neste momento que Varig não seja nossa.
☺
9.05.2006
Nostalgias
"O que sei de belo, de grande ou de útil, aprendi-o nesse tempo: o que sei das árvores, da ternura, da dor e do assombro, tudo me vem desse tempo... Depois não aprendi coisa que valha. Confusão, balbúrdia e mais nada."
Raul Brandão
Raul Brandão
Rentré!
9.01.2006
A publicidade no Estado novo
Eis que encontrei um site muito interessante e com o tema, a publicidade, que é muito querido ao governo de José Sócrates.
No site http://www.comunicando.com.pt/ é possíve comprar os volumes I e II de uma obra bastante actual- A Publicidade no Estado Novo.
Leia-se pois:
"A Publicidade no Estado Novo
oferta especial para professores, estudantes
e profissionais de comunicação
Todos os professores, estudantes e profissionais que trabalham em comunicação podem adquirir os dois volumes de A Publicidade no Estado Novo, com um desconto de 5 euros, pagando pelos dois livros a quantia de 20 euros em vez de 25 euros.
N.º de páginas: 218 (vol 1); 170 (vol. 2). PVP: 13.00 € (vol. 1); 12.00 € (vol. 2). Formato: 21 x 15 cm. A apresentação da obra e os elogios que recebeu estão disponíveis nesta notícia.
Ponto Final
Hoje, dia 1 de Setembro, é a data do fim de um semanário que agitou a política portuguesa. Neste semanário foram destrídas vidas políticas e não só, foram construídos políticos- o caso Manuel Monteiro- e derrubaram-se governos.
Apesar de tudo isto, nunca conseguiu ultrapassar as tiragens do semarário de mais longa vida em Portugal. Nem sempre o sensacionalismo vale a pena... Hoje, muitos devem suspirar e rejubilar!
I am Back
Hoje, volto das minhas merecidíssimas férias. Agradeço os comentários ao blog que tenho recebido. Espero que estas interacções continuem e sejam ampliadas. De facto, constituem o feed-back ao que aqui publico.
Apesar de termos estado em plenas férias, temos todos a consciência que teremos muito material para analisar nos próximos tempos. Porque não começar pelo eficientíssimo Ministro da Ciência e os não menos eficentes lacaios/amigos/colegas do Instituto Superior Técnico. Aqui fica a promessa...
8.09.2006
Francis Obikwelu, campeão Europeu
Aqui está um exemplo claro que a imigração é muito importante para a projecção e para o desenvolvimento do nosso País. Espero que os aplausos em torno de Francis Obikwelu não se limitem apenas ao facto de ter sido campeão europeu. Também espero que quando as vitórias acabarem, pois lá chegará um dia, não caia no esquecimento.
Os restantes atletas deveriam ter um comportamento idêntico pois não esqueço a desilusão e consternação de Obikwelu quando, nos últimos jogos Olímpicos por motivos de doença, não conseguiu vencer uma medalha nos 200 metros (quando já tinha ganho a de prata nos 100 metros). Estranhamente, os outros atletas Portugueses, que na sua maioria se arrastam até aos Jogos Olímpicos sem nunca ganharem nada, não têm este tipo de comportamento, muito menso de garra. À boa maneira subsídio dependente do burgo, queixam-se recorrentemente, da falta de apoios- leia-se dinheiro.
Que todos ponhamos os olhos em Obikwelu!
8.08.2006
O Túmulo de D. Afonso Henriques vai ser aberto em Outubro
Um patriota em pânico! De facto, a realidade pode ser muito dura.
Reza a história que D. Afonso Henriques teriam uma altura muito acima da média- 1,60m e que seria detentor de uma saúde de ferro. Confesso, que gostaria de morrer com ideia que o nosso primeiro Rei tinha uma figura invejável...
Que mania de nos desfazerem os mitos!
8.07.2006
Os outdoors de Pires de Lima
8.03.2006
Raramente me engano??!!
«Disse-lhes que não era um homem, que era Maria de Lurdes Rodrigues. Ainda penso o mesmo».
João Cravinho, deputado socialista, lembrando a sua resposta a um pedido da Rádio Renascença para eleger o «homem do ano» de 2005.
Diário de Notícias 03.08.2006
Na mesma linha de pensamento e em resposta a esta afirmação eu digo:
TODO O SISTEMA TENDE PARA o CAOS!
João Cravinho, deputado socialista, lembrando a sua resposta a um pedido da Rádio Renascença para eleger o «homem do ano» de 2005.
Diário de Notícias 03.08.2006
Na mesma linha de pensamento e em resposta a esta afirmação eu digo:
TODO O SISTEMA TENDE PARA o CAOS!
8.01.2006
Governo de Ferias!
Hoje, dia 1 de Agosto, o governo Português entra de férias. Todos? Não. Quatro resistentes, trabalharão na sombra... Os outros que se cuidem.
António Costa, Luís Amado , Severiano Teixeira e Jaime Silva são os quatro ministros que vão assegurar as funções de Governo durante o mês de Agosto. José Sócrates partiu ontem para uma semana de férias em parte incerta. Hoje no diário de notícias.
António Costa, Luís Amado , Severiano Teixeira e Jaime Silva são os quatro ministros que vão assegurar as funções de Governo durante o mês de Agosto. José Sócrates partiu ontem para uma semana de férias em parte incerta. Hoje no diário de notícias.
Repetiçao dos Exames de 12º - A posiçao do Provedor de Justiça!
Repetição dos exames de Química e Física foi "manifestamente ilegal"
01.08.2006 - 12h09 PUBLICO.PT
O provedor de Justiça defende que o despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que permitiu a repetição dos exames nacionais de Física e de Química do 12º ano é "manifestamente ilegal, qualquer que seja a fundamentação invocada".
Numa nota enviada às redacções, Nascimento Rodrigues considera que a ilegalidade está associada ao “momento de tomada de decisão e não ao teor concreto da mesma”.
Assim, o provedor propõe ao Ministério da Educação a criação de vagas adicionais no ensino superior, se tal for necessário, "para a correcção de irregularidades imputáveis ao Estado (como é o caso presente)".
Um despacho do secretário de Estado da Educação datado de 13 de Julho autorizou os alunos a repetir os exames em causa na segunda fase, que decorreu entre os dias 19 e 25, sendo escolhida a melhor classificação para efeitos de conclusão do secundário e acesso ao ensino superior.
O Ministério da Educação justificou a decisão com o facto de os alunos terem alcançado naqueles dois exames um "valor médio relativamente baixo e muito inferior ao verificado no ano passado".
Um dia depois de envio do despacho para as escolas, a Federação Nacional de Professores acusou o Ministério da Educação de discriminar os alunos de outras disciplinas ao permitir a repetição dos exames de Química e de Física e exigiu conhecer o parecer que fundamentou a decisão.
No dia 19 do mês passado, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, classificou como "coisa mínima" a "segunda oportunidade" dada aos alunos do programa novo de Física e de Química.
"Dei-lhes uma segunda oportunidade. É uma coisa mínima, em apenas duas provas, num ano excepcional em que temos quase 60 exames", disse Maria de Lurdes Rodrigues, em Gaia, à margem de um debate organizado pelo PS/Porto.
Um dia depois, já no Parlamento, a ministra reiterou a inexistência de erros nas provas - que foram apontados por algumas associações de professores e sociedades científicas, sobretudo no caso dos exames de Matemática e de Química - e salientou o carácter excepcional deste ano lectivo, em que os programas novos das disciplinas foram, pela primeira vez, testados em exame nacional do secundário.
"A principal característica deste ano de transição, que tem vários problemas, é a subversão da regra de um exame por cada disciplina, o que é verdadeiramente inédito. Em 16 disciplinas tivemos de fazer dois exames e isso colocou os alunos em condições de desigualdade", afirmou, sublinhando que os alunos abrangidos pela reforma de 2004 "estavam em condições mais desvantajosas".
Apesar disso, Maria de Lurdes Rodrigues voltou a assegurar, debaixo de um coro de protestos ruidosos dos deputados da oposição, que, "genericamente, os exames correram bem".
No público de 1 de Agosto de 2006
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1265907&idCanal=74
01.08.2006 - 12h09 PUBLICO.PT
O provedor de Justiça defende que o despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, que permitiu a repetição dos exames nacionais de Física e de Química do 12º ano é "manifestamente ilegal, qualquer que seja a fundamentação invocada".
Numa nota enviada às redacções, Nascimento Rodrigues considera que a ilegalidade está associada ao “momento de tomada de decisão e não ao teor concreto da mesma”.
Assim, o provedor propõe ao Ministério da Educação a criação de vagas adicionais no ensino superior, se tal for necessário, "para a correcção de irregularidades imputáveis ao Estado (como é o caso presente)".
Um despacho do secretário de Estado da Educação datado de 13 de Julho autorizou os alunos a repetir os exames em causa na segunda fase, que decorreu entre os dias 19 e 25, sendo escolhida a melhor classificação para efeitos de conclusão do secundário e acesso ao ensino superior.
O Ministério da Educação justificou a decisão com o facto de os alunos terem alcançado naqueles dois exames um "valor médio relativamente baixo e muito inferior ao verificado no ano passado".
Um dia depois de envio do despacho para as escolas, a Federação Nacional de Professores acusou o Ministério da Educação de discriminar os alunos de outras disciplinas ao permitir a repetição dos exames de Química e de Física e exigiu conhecer o parecer que fundamentou a decisão.
No dia 19 do mês passado, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, classificou como "coisa mínima" a "segunda oportunidade" dada aos alunos do programa novo de Física e de Química.
"Dei-lhes uma segunda oportunidade. É uma coisa mínima, em apenas duas provas, num ano excepcional em que temos quase 60 exames", disse Maria de Lurdes Rodrigues, em Gaia, à margem de um debate organizado pelo PS/Porto.
Um dia depois, já no Parlamento, a ministra reiterou a inexistência de erros nas provas - que foram apontados por algumas associações de professores e sociedades científicas, sobretudo no caso dos exames de Matemática e de Química - e salientou o carácter excepcional deste ano lectivo, em que os programas novos das disciplinas foram, pela primeira vez, testados em exame nacional do secundário.
"A principal característica deste ano de transição, que tem vários problemas, é a subversão da regra de um exame por cada disciplina, o que é verdadeiramente inédito. Em 16 disciplinas tivemos de fazer dois exames e isso colocou os alunos em condições de desigualdade", afirmou, sublinhando que os alunos abrangidos pela reforma de 2004 "estavam em condições mais desvantajosas".
Apesar disso, Maria de Lurdes Rodrigues voltou a assegurar, debaixo de um coro de protestos ruidosos dos deputados da oposição, que, "genericamente, os exames correram bem".
No público de 1 de Agosto de 2006
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1265907&idCanal=74
7.31.2006
FCT, Ministério da Ciência, bolsas e os choques nada tecnológicos!
Há cerca de oito dias que o mundo dos cientistas Portugueses, em particular o dos bolseiros, foi confrontado com uma situação até agora inédita. A divulgação da listagem de seriação dos candidatos às diferentes bolsas, nas várias áreas, prévia à divulgação dos resultados.
Reafirmo que se tratou de divulgação e não de uma situação fraudulenta, como alegam o Presidente da FCT, João Sentieiro e o ministro Mariano Gago, pelo simples facto de as páginas estarem perfeitamente disponíveis online, desejosas de serem abertas.
Uma situação fradulenta é uma situação GRAVE. Segundo a definição de fraude, disponível num simples dicionário de Língua Portuguesas da Porto Editora (online ao qual acedi gratuitamente por gentileza da Porto editora - http://www.infopedia.pt/E2.jsp). Espero que também não encontrem aqui qualquer fraude.
Substantivo feminino
1. acto de má-fé praticado com o objectivo de enganar ou prejudicar alguém; burla; engano; logração;
2. acto ou comportamento que é ilícito e punível por lei;
3. contrabando; candonga;
Exemplo: fraude fiscal manobra do contribuinte para escapar à incidência tributária.
A definição é bastante elucidativa e o exemplo também, pelo que se concluirá que a Associação de Bolseiros ao divulgar o endereço da página não terá cometido fraude.
Espero que a associação de bolseiros não se aterrorize e não se deixe intimidar por quem não sabe medir as palavras que utiliza. Ou se calhar sabe...
O mais irónico, no meio disto tudo é que a FCT se encontra sob a tutela do ministério da Ciência (entre outras coisas) cujo ministro gosta de chamar a si o choque tecnológico.
Apelo aqui ao Primeiro-Ministro que pense bem em que mãos está a colocar o choque que tantos esperam e anseiam ser capaz de levar o país para a frente. Pelos vistos, de tecnologia aqueles senhores não percebem muito.
O que os Portugueses e os jornalistas não deveriam admitir é que em consequência da inépcia informática se façam ameaças a Associações, como a de bolseiros, que há pouco mais de duas semanas tinham tido a ousadia de afirmar contra a corrente que o governo quer fazer passar que afinal “A Ciência não vai bem em Portugal”.
Já agora sugiro que contratem algum estudante, pois será suficiente, para resolver a falta de segurança dos ficheiros da FCT.
Reafirmo que se tratou de divulgação e não de uma situação fraudulenta, como alegam o Presidente da FCT, João Sentieiro e o ministro Mariano Gago, pelo simples facto de as páginas estarem perfeitamente disponíveis online, desejosas de serem abertas.
Uma situação fradulenta é uma situação GRAVE. Segundo a definição de fraude, disponível num simples dicionário de Língua Portuguesas da Porto Editora (online ao qual acedi gratuitamente por gentileza da Porto editora - http://www.infopedia.pt/E2.jsp). Espero que também não encontrem aqui qualquer fraude.
Substantivo feminino
1. acto de má-fé praticado com o objectivo de enganar ou prejudicar alguém; burla; engano; logração;
2. acto ou comportamento que é ilícito e punível por lei;
3. contrabando; candonga;
Exemplo: fraude fiscal manobra do contribuinte para escapar à incidência tributária.
A definição é bastante elucidativa e o exemplo também, pelo que se concluirá que a Associação de Bolseiros ao divulgar o endereço da página não terá cometido fraude.
Espero que a associação de bolseiros não se aterrorize e não se deixe intimidar por quem não sabe medir as palavras que utiliza. Ou se calhar sabe...
O mais irónico, no meio disto tudo é que a FCT se encontra sob a tutela do ministério da Ciência (entre outras coisas) cujo ministro gosta de chamar a si o choque tecnológico.
Apelo aqui ao Primeiro-Ministro que pense bem em que mãos está a colocar o choque que tantos esperam e anseiam ser capaz de levar o país para a frente. Pelos vistos, de tecnologia aqueles senhores não percebem muito.
O que os Portugueses e os jornalistas não deveriam admitir é que em consequência da inépcia informática se façam ameaças a Associações, como a de bolseiros, que há pouco mais de duas semanas tinham tido a ousadia de afirmar contra a corrente que o governo quer fazer passar que afinal “A Ciência não vai bem em Portugal”.
Já agora sugiro que contratem algum estudante, pois será suficiente, para resolver a falta de segurança dos ficheiros da FCT.
7.29.2006
Nem só de Abrupto vivem os piratas informáticos...
Lei-a-se no site da Fundação para a Ciência e tecnologia o seguinte comunicado:
FORMAÇÃO AVANÇADA DE RECURSOS HUMANOS
"COMUNICADO
Tendo o Conselho Directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tido conhecimento de que estão a ser difundidos supostos resultados do último Concurso de Bolsas levado a efeito pela FCT, informamos todo(a)s o(a)s interessado(a)s que os concursos da Fundação obedecem a um conjunto de procedimentos, legais e regulamentares, que não estão ainda concluídos.
Nestas circunstâncias, qualquer informação sobre supostas classificações ou resultados do Concurso de Bolsas de 2006 viola o sigílio inerente a estes procedimentos e tem carácter fraudulento.
Os resultados deste concurso serão divulgados pela FCT dentro do prazo regulamentar que termina a 25 de Agosto de 2006.
Lisboa, 28 de Julho de 2006
O Conselho Directivo da FCT"
Temos que exportar os nossos cérebros para a Nasa. Afinal temos muitos e bons informáticos!
Finalmente vimos o regulamento da avaliação publicado online.
http://www.fct.mces.pt/Evaluation/contents/D0701/files/Bolsas-Guiao2006.pdf
FORMAÇÃO AVANÇADA DE RECURSOS HUMANOS
"COMUNICADO
Tendo o Conselho Directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tido conhecimento de que estão a ser difundidos supostos resultados do último Concurso de Bolsas levado a efeito pela FCT, informamos todo(a)s o(a)s interessado(a)s que os concursos da Fundação obedecem a um conjunto de procedimentos, legais e regulamentares, que não estão ainda concluídos.
Nestas circunstâncias, qualquer informação sobre supostas classificações ou resultados do Concurso de Bolsas de 2006 viola o sigílio inerente a estes procedimentos e tem carácter fraudulento.
Os resultados deste concurso serão divulgados pela FCT dentro do prazo regulamentar que termina a 25 de Agosto de 2006.
Lisboa, 28 de Julho de 2006
O Conselho Directivo da FCT"
Temos que exportar os nossos cérebros para a Nasa. Afinal temos muitos e bons informáticos!
Finalmente vimos o regulamento da avaliação publicado online.
http://www.fct.mces.pt/Evaluation/contents/D0701/files/Bolsas-Guiao2006.pdf
7.28.2006
A culpa é sempre do sistema!
Uma das coisas que tenho aprendido na vida é que a questão tem de ser respondida com a avaliação/método/experiência certa/o.
O título conclusivo da notícia publicada pelo expresso é para mim um exemplo do que não se pode fazer.
Leia-se então o seguinte:
"Estudo do Instituto da Inteligência revela que apenas 5% a 15% dos alunos mal sucedidos têm dificuldades de aprendizagem. A culpa é do actual modelo de ensino, que «cultiva o desinteresse» e «premeia as cábulas».
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366882"
De facto o que foi avaliado foi a capacidade de aprendizagem o que constitui de facto um parâmetro da inteligência. É bom sabermos que os alunos Portugueses não são burros! Logo não se pode concluir de forma nenhuma que o problema do mau aproveitamente pode ter a ver com o sistema de ensino.
Concordo que o actual sistema premeia desde muito cedo os cábulas pois, como todos sabemos, quer se saiba ler (ou não) quer se saiba somar (ou não) todos completam o 9º ano de escolaridade obrigatória.
Para mim, o problema está no facilitismo e não entanto que se avalie tanto o sistema com tanto estudo sociológico e os alunos saiam da antiga 4ªclasse sem saberem ler fluentemente.
O pior de tudo é que o facilitismo tem permitido que os mais marrões, normalmente mais burros, cheguem mais longe. Daí termos uma classe dirigente constituída por burros com boa memória :-)
O título conclusivo da notícia publicada pelo expresso é para mim um exemplo do que não se pode fazer.
Leia-se então o seguinte:
"Estudo do Instituto da Inteligência revela que apenas 5% a 15% dos alunos mal sucedidos têm dificuldades de aprendizagem. A culpa é do actual modelo de ensino, que «cultiva o desinteresse» e «premeia as cábulas».
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366882"
De facto o que foi avaliado foi a capacidade de aprendizagem o que constitui de facto um parâmetro da inteligência. É bom sabermos que os alunos Portugueses não são burros! Logo não se pode concluir de forma nenhuma que o problema do mau aproveitamente pode ter a ver com o sistema de ensino.
Concordo que o actual sistema premeia desde muito cedo os cábulas pois, como todos sabemos, quer se saiba ler (ou não) quer se saiba somar (ou não) todos completam o 9º ano de escolaridade obrigatória.
Para mim, o problema está no facilitismo e não entanto que se avalie tanto o sistema com tanto estudo sociológico e os alunos saiam da antiga 4ªclasse sem saberem ler fluentemente.
O pior de tudo é que o facilitismo tem permitido que os mais marrões, normalmente mais burros, cheguem mais longe. Daí termos uma classe dirigente constituída por burros com boa memória :-)
7.25.2006
Rivoli, e as eternas palhaçadas de Pedro Abrunhosa
Assistimos na cidade à manifestação de meia dúzia de imutáveis que o Público, qual eterno D. Quixote, crê serem quinhentos ou mesmo mais.
Há uns anos atrás, participei na manifestação contra a compra do coliseu pela IURD.
Hoje não entendo.
A câmara do Porto vai somente concessionar a exploração do teatro Rivoli a uma companhia privada. Vai realizar um concurso... Só faltavam estar nessa manifestação os senhores do Seiva Trupe, a quem foi concessionado - não sei por quanto tempo- e sem qualquer concurso, o Teatro Campo Alegre.
Independentemente de se não gostar, como eu, das porcarias que o Seiva Trupe põe em cena no Teatro Campo Alegre, é óbvio que desta forma a companhia foi obrigada a trabalhar e realizar obra. Há sempre peças em cena pelo Seiva Trupe no Teatro Campo Alegre.
Porque portestam então estes senhores?? O exemplo do Teatro Campo Alegre até foi bom...
Mas serão que protestam porque é crónico, endémico e não olham a meios?
Bem, de facto o senhor Pedro Abrunhosa, também presente na manifestação do Rivoli, não deve ter nada contra os privados pois ele próprio se vendeu sem pudôr e às suas músicas ao próprio detentor do capital - um banco. Quem jamais se esquecerá que Pedro Abrunhosa disse "Eu estou aqui" e que o seu disco era "dado" a quem abria uma conta no BCP????
Sim, porque a música era de muito má qualidade e se calhar - NEM DADO- os clientes aceitavam.
Poderemos especular como é que o senhor Pedro Abrunhosa chegou ao BCP- porque conhhecia o Jardim Gonçalves? o Paulo Teixeira Pinto? uma administrador? ou porque, simplesmente era namorado da filha de um dos administradores do banco BCP???
Há uns anos atrás, participei na manifestação contra a compra do coliseu pela IURD.
Hoje não entendo.
A câmara do Porto vai somente concessionar a exploração do teatro Rivoli a uma companhia privada. Vai realizar um concurso... Só faltavam estar nessa manifestação os senhores do Seiva Trupe, a quem foi concessionado - não sei por quanto tempo- e sem qualquer concurso, o Teatro Campo Alegre.
Independentemente de se não gostar, como eu, das porcarias que o Seiva Trupe põe em cena no Teatro Campo Alegre, é óbvio que desta forma a companhia foi obrigada a trabalhar e realizar obra. Há sempre peças em cena pelo Seiva Trupe no Teatro Campo Alegre.
Porque portestam então estes senhores?? O exemplo do Teatro Campo Alegre até foi bom...
Mas serão que protestam porque é crónico, endémico e não olham a meios?
Bem, de facto o senhor Pedro Abrunhosa, também presente na manifestação do Rivoli, não deve ter nada contra os privados pois ele próprio se vendeu sem pudôr e às suas músicas ao próprio detentor do capital - um banco. Quem jamais se esquecerá que Pedro Abrunhosa disse "Eu estou aqui" e que o seu disco era "dado" a quem abria uma conta no BCP????
Sim, porque a música era de muito má qualidade e se calhar - NEM DADO- os clientes aceitavam.
Poderemos especular como é que o senhor Pedro Abrunhosa chegou ao BCP- porque conhhecia o Jardim Gonçalves? o Paulo Teixeira Pinto? uma administrador? ou porque, simplesmente era namorado da filha de um dos administradores do banco BCP???
7.24.2006
7.17.2006
A sauna da democracia
Aqui vai um artigo de opinião fantástico de Pedro Mexia publicado no Diário de Notícias.
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
Há anos que não entrava no Parlamento. Uma vez no liceu e outra na faculdade, tinha sido solenemente guiado pelos soberanos corredores, sede monacal dessa tão benéfica maçadoria democrática. Confesso que não tinha saudades. Digamos que tenho pelo Parlamento o mesmo sentimento que tenho pela minha vesícula: agradeço em abstracto a sua diligente actividade, mas dispenso detalhes.
Há dias, a editora de política deste jornal sugeriu que eu assistisse ao debate do estado da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume. Imaginando que fosse uma homenagem à estação tola, aceitei. Disfarçado de jornalista (mas no meio das galerias comuns, entre Cátias e funcionários públicos), assisti pela terceira vez a uma sessão da Assembleia.
O hemiciclo, em termos arquitectónicos, tem estilo. Infelizmente, em tarde de ananases, a casa da democracia estava transformada em sauna da democracia. Uma caloraça insustentável, que pôs toda a gente a abanar no rosto relatórios do Banco de Portugal (excepto a ministra da Cultura, a qual, sendo da cultura, usava um leque).
Nunca tinha visto ao vivo dois terços dos nossos eminentes deputados. Tomei algumas notas. O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco de correio, à espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham garantido três taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante ao meu (infelizmente para ambos). Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922 (temi que recorresse ao termo "debalde"). Há uma socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo- -de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de suspensórios. Quanto aos ministros, notei especialmente o aspecto distinto do ministro da Agricultura (que parece um membro do Conselho de Nobreza) e o aspecto maquiavélico do ministro dos Assuntos Parlamentares (sempre que pega no telefone e murmura, imagino logo que está a ordenar a liquidação do Doge de Veneza).
O debate é cansativamente previsível. O Governo invoca a pesada herança, excomunga os pessimistas, anuncia a retoma económica e sublinha os ímpetos reformistas (disciplina orçamental, diminuição da despesa, inovação tecnológica, combate à burocracia e mais coisas ainda). A oposição insiste nas promessas incumpridas, nos fiascos fragorosos, na propaganda enganosa. Cada bancada aplaude e apupa estritamente o que lhe compete e apenas isso, lança dichotes e risadas, os clichés são em grande estilo Gato Fedorento (com metáforas futebolísticas e tudo). O nível geral é fraquinho. Embora estejam presentes dois políticos com grande estaleca (o frenético Portas e o gélido Louçã), a média dos discursos ouvidos é tão acutilante como (eis uma metáfora futebolística) Pedro Pauleta.
Ideologicamente, a situação é ainda mais complicada. Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita musculada chama "um homem de esquerda"). O Governo é um Governo de centro-esquerda (aquilo a que esquerda ideológica chama "um Governo de direita"). Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. Chego a pedir interiormente a Sócrates que diga qualquer coisa de esquerda (como no filme de Nanni Moretti), para que eu o critique com convicção. Mas o máximo que Sócrates consegue é um remoque à General Motors. No mais, um reformismo sem ideologia e muita bazófia. Alguns coices à "esquerda conservadora e corporativa". E a ideia totalmente direitista de que se há contestação sindicial, isso é uma "homenagem ao Governo".
Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda.
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
Há anos que não entrava no Parlamento. Uma vez no liceu e outra na faculdade, tinha sido solenemente guiado pelos soberanos corredores, sede monacal dessa tão benéfica maçadoria democrática. Confesso que não tinha saudades. Digamos que tenho pelo Parlamento o mesmo sentimento que tenho pela minha vesícula: agradeço em abstracto a sua diligente actividade, mas dispenso detalhes.
Há dias, a editora de política deste jornal sugeriu que eu assistisse ao debate do estado da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume. Imaginando que fosse uma homenagem à estação tola, aceitei. Disfarçado de jornalista (mas no meio das galerias comuns, entre Cátias e funcionários públicos), assisti pela terceira vez a uma sessão da Assembleia.
O hemiciclo, em termos arquitectónicos, tem estilo. Infelizmente, em tarde de ananases, a casa da democracia estava transformada em sauna da democracia. Uma caloraça insustentável, que pôs toda a gente a abanar no rosto relatórios do Banco de Portugal (excepto a ministra da Cultura, a qual, sendo da cultura, usava um leque).
Nunca tinha visto ao vivo dois terços dos nossos eminentes deputados. Tomei algumas notas. O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco de correio, à espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham garantido três taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante ao meu (infelizmente para ambos). Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922 (temi que recorresse ao termo "debalde"). Há uma socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo- -de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de suspensórios. Quanto aos ministros, notei especialmente o aspecto distinto do ministro da Agricultura (que parece um membro do Conselho de Nobreza) e o aspecto maquiavélico do ministro dos Assuntos Parlamentares (sempre que pega no telefone e murmura, imagino logo que está a ordenar a liquidação do Doge de Veneza).
O debate é cansativamente previsível. O Governo invoca a pesada herança, excomunga os pessimistas, anuncia a retoma económica e sublinha os ímpetos reformistas (disciplina orçamental, diminuição da despesa, inovação tecnológica, combate à burocracia e mais coisas ainda). A oposição insiste nas promessas incumpridas, nos fiascos fragorosos, na propaganda enganosa. Cada bancada aplaude e apupa estritamente o que lhe compete e apenas isso, lança dichotes e risadas, os clichés são em grande estilo Gato Fedorento (com metáforas futebolísticas e tudo). O nível geral é fraquinho. Embora estejam presentes dois políticos com grande estaleca (o frenético Portas e o gélido Louçã), a média dos discursos ouvidos é tão acutilante como (eis uma metáfora futebolística) Pedro Pauleta.
Ideologicamente, a situação é ainda mais complicada. Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita musculada chama "um homem de esquerda"). O Governo é um Governo de centro-esquerda (aquilo a que esquerda ideológica chama "um Governo de direita"). Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. Chego a pedir interiormente a Sócrates que diga qualquer coisa de esquerda (como no filme de Nanni Moretti), para que eu o critique com convicção. Mas o máximo que Sócrates consegue é um remoque à General Motors. No mais, um reformismo sem ideologia e muita bazófia. Alguns coices à "esquerda conservadora e corporativa". E a ideia totalmente direitista de que se há contestação sindicial, isso é uma "homenagem ao Governo".
Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda.
7.09.2006
Contagem decrescente: faltam 10 anos!
7.07.2006
O Rei vai nu!
«O plano tecnológico não existe. É um PowerPoint.»
Augusto Mateus, antigo ministro da Economia, em entrevista, responde à seguinte pergunta: «O plano tecnológico do Governo convence-o?»
Semanário Económico 07.07.2006
Augusto Mateus, antigo ministro da Economia, em entrevista, responde à seguinte pergunta: «O plano tecnológico do Governo convence-o?»
Semanário Económico 07.07.2006
7.01.2006
Viva o Ricardo! Viva Portugal!
Prometo que nunca mais digo mal do Ricardo e de Scolari. Precisámos de um treinador como ele, para nos demonstrar que o espírito de equipa e a capacidade de acreditarmos em nós mesmos é suficiente para alcançarmos os nossos objectivos e sermos bem sucedidos. E aí a sorte vem apenas por acréscimo. O exemplo disso é o Ricardo. Que a nossa selecção nos sirva de exemplo no nosso dia a dia.
P'rá Frente PORTUGAL! Viva NÓS!
6.27.2006
Desonestidade Intelectual
Foi publicado no último número do semanário expresso que “ PORTUGAL está a atrair cada vez mais cientistas estrangeiros” . Atribuo esta afirmação ao Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, uma vez que já lha ouvi proferida de viva voz. Na realidade, esta afirmação deve-se ao facto de dados relativos a 2000/2006 mostrarem que o número de doutorados estrangeiros a quem foram atribuídas bolsas para fazerem investigação no nosso país (753), superarem largamente os portugueses bolseiros a fazerem investigação no estrangeiro (345).
Quem não conheça a realidade, os vários bolseiros estrangeiros que chegam e os Portugueses que partem, poderá pensar desta forma. Ou melhor, poderá querer contar a história desta forma. È verdade que existem cada vez mais Estrangeiros a pedirem bolsas em Portugal, o que não é necessariamente sinónimo de qualidade quer dos bolseiros que cá chegam nem das instituições que as acolhem. Dever-se-ia pois analisar friamente que tipo de estrangeiros vêm para Portugal. Garanto a grande maioria vem para aqui ou porque casou/vive (ou o que quiserem) com Portugueses, não tendo sido efectuada uma escolha de cabeça fria e com objectividade.
Por outro lado, esqueceram-se de dizer que os Portugueses só conseguem ter uma bolsa de Post-doc no estrangeiro por um período máximo de dois anos. Isto no caso que não ter tido doutoramento com bolsa no estrangeiro paga pela FCT. Se isso tiver acontecido esse período para post-doc poderá ser nulo. Escusado será afirmar aqui, que nenhum português minimamente bom vai fazer um post-doc lá fora com bolsa dada pela FCT. Em primeiro lugar, em qualquer pais não latino um post-doc tem um contrato de trabalho e por outro lado o ordenado mensal ( e passa a ser ordenado e não uma simples bolsa de subsistência mensal) aumenta directamente com a produtividade. Para não falar nos seguros de saúde que os vários laboratórios e instituições financiadoras atribuem.
Consciencializem-se: nenhum Português com um curriculum aceitável vai com uma bolsa de subsistência de um terço do que poderia ganhar, sem seguro de saúde para os Estados Unidos. Logo se conclui que a FCT anda a financiar os piores!!!!!
Voltando às bolsas para estrangeiros e para esclarecermos a desonestidade intelectual desta afiramção, uma vez por todas.
Sabiam que Portugal, através dos seus programas de doutoramento, financia bolsas a estrangeiros não residentes que vão realizar/desenvolver o seu trabalho de doutoramento aonde quiserem no mundo ( muitas vezes no seu pais de origem) sem qualquer tipo de obrigatoriedade de virem trabalhar para Portugal?
SIM, É VERDADE. Vêm cá arranjar a bolsa e o programa em que não entram nos seus países e de pois partem.
São estes os números crus com que o presidente da FCT, João Sentieiro; o Ministro da Ciência, Mariano Gago, nos querem enganar.
Senhores jornalistas, quando começam a fazer um trabalho de investigação sério?
Será que também querem ir para adjuntos do Ministro Gago, como o vosso colega Massada? QUE CHATICE!!!.
Quem não conheça a realidade, os vários bolseiros estrangeiros que chegam e os Portugueses que partem, poderá pensar desta forma. Ou melhor, poderá querer contar a história desta forma. È verdade que existem cada vez mais Estrangeiros a pedirem bolsas em Portugal, o que não é necessariamente sinónimo de qualidade quer dos bolseiros que cá chegam nem das instituições que as acolhem. Dever-se-ia pois analisar friamente que tipo de estrangeiros vêm para Portugal. Garanto a grande maioria vem para aqui ou porque casou/vive (ou o que quiserem) com Portugueses, não tendo sido efectuada uma escolha de cabeça fria e com objectividade.
Por outro lado, esqueceram-se de dizer que os Portugueses só conseguem ter uma bolsa de Post-doc no estrangeiro por um período máximo de dois anos. Isto no caso que não ter tido doutoramento com bolsa no estrangeiro paga pela FCT. Se isso tiver acontecido esse período para post-doc poderá ser nulo. Escusado será afirmar aqui, que nenhum português minimamente bom vai fazer um post-doc lá fora com bolsa dada pela FCT. Em primeiro lugar, em qualquer pais não latino um post-doc tem um contrato de trabalho e por outro lado o ordenado mensal ( e passa a ser ordenado e não uma simples bolsa de subsistência mensal) aumenta directamente com a produtividade. Para não falar nos seguros de saúde que os vários laboratórios e instituições financiadoras atribuem.
Consciencializem-se: nenhum Português com um curriculum aceitável vai com uma bolsa de subsistência de um terço do que poderia ganhar, sem seguro de saúde para os Estados Unidos. Logo se conclui que a FCT anda a financiar os piores!!!!!
Voltando às bolsas para estrangeiros e para esclarecermos a desonestidade intelectual desta afiramção, uma vez por todas.
Sabiam que Portugal, através dos seus programas de doutoramento, financia bolsas a estrangeiros não residentes que vão realizar/desenvolver o seu trabalho de doutoramento aonde quiserem no mundo ( muitas vezes no seu pais de origem) sem qualquer tipo de obrigatoriedade de virem trabalhar para Portugal?
SIM, É VERDADE. Vêm cá arranjar a bolsa e o programa em que não entram nos seus países e de pois partem.
São estes os números crus com que o presidente da FCT, João Sentieiro; o Ministro da Ciência, Mariano Gago, nos querem enganar.
Senhores jornalistas, quando começam a fazer um trabalho de investigação sério?
Será que também querem ir para adjuntos do Ministro Gago, como o vosso colega Massada? QUE CHATICE!!!.
6.23.2006
6.20.2006
Fuga de Cérebros
Com o Roteiro do Presidente da República, Cavaco Silva, pela ciência eis que ressurgem as notícias sobre a “Fuga de Cérebros”. Na minha pesquisa rápida pela internet apercebi-me que este não é uma invenção exclusiva dos jornalistas em Portugal.
Publico a notícia e o cartoon a ilustrar.
By the way, os cérebros não fogem. Pois se o fizessem teríamos uma data de corpos sem cérebros por aí… Pensando melhor, será que fogem ?!
“ FUGA DE CEREBROS
Tientan a científicos gallegos con sueldos hasta ocho veces superiores
(Canal Voz Canal Voz) - 26 de septiembre de 2005
Éste bien podría ser el perfil del investigador gallego, una fotografía que desde hace años se pasa de un despacho a otro de los centros científicos nacionales e internacionales, que no han dudado en lanzar sus redes para captarlos. Más que una apreciación personal, los hechos parecen darle la razón. Tanto instituciones de España como del extranjero se han lanzado a la caza de cerebros de Galicia. Y no de universitarios o becarios, sino de profesionales de prestigio con años de estancia en el extranjero a sus espaldas. Hasta ocho veces más que lo que cobra en Galicia han llegado a ofrecer a un científico de élite, que prefiere permanecer en el anonimato, por irse a trabajar a Alemania, aunque él ha renunciado a la propuesta porque cree en el potencial gallego. Resistencia Este ejemplo es extremo, pero, en general, lo que ofrecen los centros y universidades del exterior, aparte de mejores sueldos, es estabilidad laboral y proyectos que los ayudan a crecer en su trabajo, algo que aquí no siempre se encuentra. ¿Qué se puede hacer para evitar la fuga de cerebros y para recuperar a los científicos formados en Galicia que, tras estancias profesionales en el extranjero, no tienen opciones de regresar? La Xunta pretende dar el primer paso con la aplicación del programa 13 del Ministerio de Educación, con el que aspira recuperar a 200 talentos desperdigados. Pero los científicos de élite consultados por este periódico creen que es necesario jugar una carta más arriesgada. Apostar, en definitiva, por el talento como base para generar riqueza. El ejemplo al que se remiten es Cataluña, que a través del Icrea ha destinado fondos propios para captar profesionales de primera de España y el extranjero. El próximo año dedicarán un presupuesto de nueve millones de euros sólo para este fin.
http://www.edu.aytolacoruna.es/canal_voz/vida_escolar/las_noticias_de_la_escuela/tientan_a_cientificos_gallegos_con_sueldos_hasta_ocho_veces_superiores
Publico a notícia e o cartoon a ilustrar.
By the way, os cérebros não fogem. Pois se o fizessem teríamos uma data de corpos sem cérebros por aí… Pensando melhor, será que fogem ?!
“ FUGA DE CEREBROS
Tientan a científicos gallegos con sueldos hasta ocho veces superiores
(Canal Voz Canal Voz) - 26 de septiembre de 2005
Éste bien podría ser el perfil del investigador gallego, una fotografía que desde hace años se pasa de un despacho a otro de los centros científicos nacionales e internacionales, que no han dudado en lanzar sus redes para captarlos. Más que una apreciación personal, los hechos parecen darle la razón. Tanto instituciones de España como del extranjero se han lanzado a la caza de cerebros de Galicia. Y no de universitarios o becarios, sino de profesionales de prestigio con años de estancia en el extranjero a sus espaldas. Hasta ocho veces más que lo que cobra en Galicia han llegado a ofrecer a un científico de élite, que prefiere permanecer en el anonimato, por irse a trabajar a Alemania, aunque él ha renunciado a la propuesta porque cree en el potencial gallego. Resistencia Este ejemplo es extremo, pero, en general, lo que ofrecen los centros y universidades del exterior, aparte de mejores sueldos, es estabilidad laboral y proyectos que los ayudan a crecer en su trabajo, algo que aquí no siempre se encuentra. ¿Qué se puede hacer para evitar la fuga de cerebros y para recuperar a los científicos formados en Galicia que, tras estancias profesionales en el extranjero, no tienen opciones de regresar? La Xunta pretende dar el primer paso con la aplicación del programa 13 del Ministerio de Educación, con el que aspira recuperar a 200 talentos desperdigados. Pero los científicos de élite consultados por este periódico creen que es necesario jugar una carta más arriesgada. Apostar, en definitiva, por el talento como base para generar riqueza. El ejemplo al que se remiten es Cataluña, que a través del Icrea ha destinado fondos propios para captar profesionales de primera de España y el extranjero. El próximo año dedicarán un presupuesto de nueve millones de euros sólo para este fin.
http://www.edu.aytolacoruna.es/canal_voz/vida_escolar/las_noticias_de_la_escuela/tientan_a_cientificos_gallegos_con_sueldos_hasta_ocho_veces_superiores
6.10.2006
5.30.2006
O que é demais é erro, senhora ministra!
Aos meus 18 anos entrei para a faculdade na ânsia de aprender e apreender numa instituição que eu tinha sido ensinada a respeitar. Depressa me desiludi com o ensino e com os professores do ensino superior. Na realidade, no meu dia a dia, cada vez considero mais que os Professores Universitários são a praga que tem levado este País à ruína. As culpas que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, imputou aos professores do ensino secundário deve dirigi-la aos professores da sua classe- os universitários. Todos os que passamos pelas Universidades, em particular pelas públicas, e somos confrontados com sebentas com algumas décadas, e com a ausência de qualquer livro de apoio (apesar de solicitado) sabemos que isto é a dura verdade.
Quando cheguei à minha primeira aula fui confrontada com a frase que mais ouvi durante o meu curso: "Esqueçam tudo o que aprenderam no liceu, pois só vos foram ensinados disparates".
Esta arrogância dos professores Universitários relativamente aos seus colegas do ensino secundário, muitos deles seus alunos, é uma realidade.
Presto aqui a minha homenagem aos muitos e excelentes professores que tive até à minha entrada na faculdade. Nunca poderei esquecer que foram eles também que me despertaram vocações, me incutiram o meu sentido de responsabilidade e contribuiram significativamente para o que eu sou e faço hoje.
É minha convicção que se o ensino vai mal, muitos dos responsáveis podem ser encontrados nos governos, nas sucessivas reformas e na crescente desresponsabilização dos alunos. Acabaram as faltas a vermelho, as faltas disciplinares e os professores muito dificilmente podem reprovar o mais incompetente da turma.
Tivemos uma "geração rasca" bem como muitas outras gerações com outros nomes, fruto da falta de relevância dada aos professores do ensino primário e do secundário.
Quando cheguei à minha primeira aula fui confrontada com a frase que mais ouvi durante o meu curso: "Esqueçam tudo o que aprenderam no liceu, pois só vos foram ensinados disparates".
Esta arrogância dos professores Universitários relativamente aos seus colegas do ensino secundário, muitos deles seus alunos, é uma realidade.
Presto aqui a minha homenagem aos muitos e excelentes professores que tive até à minha entrada na faculdade. Nunca poderei esquecer que foram eles também que me despertaram vocações, me incutiram o meu sentido de responsabilidade e contribuiram significativamente para o que eu sou e faço hoje.
É minha convicção que se o ensino vai mal, muitos dos responsáveis podem ser encontrados nos governos, nas sucessivas reformas e na crescente desresponsabilização dos alunos. Acabaram as faltas a vermelho, as faltas disciplinares e os professores muito dificilmente podem reprovar o mais incompetente da turma.
Tivemos uma "geração rasca" bem como muitas outras gerações com outros nomes, fruto da falta de relevância dada aos professores do ensino primário e do secundário.
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