6.27.2006

Desonestidade Intelectual

Foi publicado no último número do semanário expresso que “ PORTUGAL está a atrair cada vez mais cientistas estrangeiros” . Atribuo esta afirmação ao Presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, uma vez que já lha ouvi proferida de viva voz. Na realidade, esta afirmação deve-se ao facto de dados relativos a 2000/2006 mostrarem que o número de doutorados estrangeiros a quem foram atribuídas bolsas para fazerem investigação no nosso país (753), superarem largamente os portugueses bolseiros a fazerem investigação no estrangeiro (345).

Quem não conheça a realidade, os vários bolseiros estrangeiros que chegam e os Portugueses que partem, poderá pensar desta forma. Ou melhor, poderá querer contar a história desta forma. È verdade que existem cada vez mais Estrangeiros a pedirem bolsas em Portugal, o que não é necessariamente sinónimo de qualidade quer dos bolseiros que cá chegam nem das instituições que as acolhem. Dever-se-ia pois analisar friamente que tipo de estrangeiros vêm para Portugal. Garanto a grande maioria vem para aqui ou porque casou/vive (ou o que quiserem) com Portugueses, não tendo sido efectuada uma escolha de cabeça fria e com objectividade.

Por outro lado, esqueceram-se de dizer que os Portugueses só conseguem ter uma bolsa de Post-doc no estrangeiro por um período máximo de dois anos. Isto no caso que não ter tido doutoramento com bolsa no estrangeiro paga pela FCT. Se isso tiver acontecido esse período para post-doc poderá ser nulo. Escusado será afirmar aqui, que nenhum português minimamente bom vai fazer um post-doc lá fora com bolsa dada pela FCT. Em primeiro lugar, em qualquer pais não latino um post-doc tem um contrato de trabalho e por outro lado o ordenado mensal ( e passa a ser ordenado e não uma simples bolsa de subsistência mensal) aumenta directamente com a produtividade. Para não falar nos seguros de saúde que os vários laboratórios e instituições financiadoras atribuem.

Consciencializem-se: nenhum Português com um curriculum aceitável vai com uma bolsa de subsistência de um terço do que poderia ganhar, sem seguro de saúde para os Estados Unidos. Logo se conclui que a FCT anda a financiar os piores!!!!!

Voltando às bolsas para estrangeiros e para esclarecermos a desonestidade intelectual desta afiramção, uma vez por todas.
Sabiam que Portugal, através dos seus programas de doutoramento, financia bolsas a estrangeiros não residentes que vão realizar/desenvolver o seu trabalho de doutoramento aonde quiserem no mundo ( muitas vezes no seu pais de origem) sem qualquer tipo de obrigatoriedade de virem trabalhar para Portugal?
SIM, É VERDADE. Vêm cá arranjar a bolsa e o programa em que não entram nos seus países e de pois partem.

São estes os números crus com que o presidente da FCT, João Sentieiro; o Ministro da Ciência, Mariano Gago, nos querem enganar.
Senhores jornalistas, quando começam a fazer um trabalho de investigação sério?

Será que também querem ir para adjuntos do Ministro Gago, como o vosso colega Massada? QUE CHATICE!!!.

6.23.2006

6.20.2006

Fuga de Cérebros

Com o Roteiro do Presidente da República, Cavaco Silva, pela ciência eis que ressurgem as notícias sobre a “Fuga de Cérebros”. Na minha pesquisa rápida pela internet apercebi-me que este não é uma invenção exclusiva dos jornalistas em Portugal.
Publico a notícia e o cartoon a ilustrar.
By the way, os cérebros não fogem. Pois se o fizessem teríamos uma data de corpos sem cérebros por aí… Pensando melhor, será que fogem ?!



“ FUGA DE CEREBROS
Tientan a científicos gallegos con sueldos hasta ocho veces superiores
(Canal Voz Canal Voz) - 26 de septiembre de 2005

Éste bien podría ser el perfil del investigador gallego, una fotografía que desde hace años se pasa de un despacho a otro de los centros científicos nacionales e internacionales, que no han dudado en lanzar sus redes para captarlos.
Más que una apreciación personal, los hechos parecen darle la razón. Tanto instituciones de España como del extranjero se han lanzado a la caza de cerebros de Galicia. Y no de universitarios o becarios, sino de profesionales de prestigio con años de estancia en el extranjero a sus espaldas. 
Hasta ocho veces más que lo que cobra en Galicia han llegado a ofrecer a un científico de élite, que prefiere permanecer en el anonimato, por irse a trabajar a Alemania, aunque él ha renunciado a la propuesta porque cree en el potencial gallego. 
Resistencia
Este ejemplo es extremo, pero, en general, lo que ofrecen los centros y universidades del exterior, aparte de mejores sueldos, es estabilidad laboral y proyectos que los ayudan a crecer en su trabajo, algo que aquí no siempre se encuentra.
¿Qué se puede hacer para evitar la fuga de cerebros y para recuperar a los científicos formados en Galicia que, tras estancias profesionales en el extranjero, no tienen opciones de regresar? La Xunta pretende dar el primer paso con la aplicación del programa 13 del Ministerio de Educación, con el que aspira recuperar a 200 talentos desperdigados. Pero los científicos de élite consultados por este periódico creen que es necesario jugar una carta más arriesgada. Apostar, en definitiva, por el talento como base para generar riqueza. El ejemplo al que se remiten es Cataluña, que a través del Icrea ha destinado fondos propios para captar profesionales de primera de España y el extranjero. El próximo año dedicarán un presupuesto de nueve millones de euros sólo para este fin.

http://www.edu.aytolacoruna.es/canal_voz/vida_escolar/las_noticias_de_la_escuela/tientan_a_cientificos_gallegos_con_sueldos_hasta_ocho_veces_superiores