5.30.2006

O que é demais é erro, senhora ministra!

Aos meus 18 anos entrei para a faculdade na ânsia de aprender e apreender numa instituição que eu tinha sido ensinada a respeitar. Depressa me desiludi com o ensino e com os professores do ensino superior. Na realidade, no meu dia a dia, cada vez considero mais que os Professores Universitários são a praga que tem levado este País à ruína. As culpas que a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, imputou aos professores do ensino secundário deve dirigi-la aos professores da sua classe- os universitários. Todos os que passamos pelas Universidades, em particular pelas públicas, e somos confrontados com sebentas com algumas décadas, e com a ausência de qualquer livro de apoio (apesar de solicitado) sabemos que isto é a dura verdade.
Quando cheguei à minha primeira aula fui confrontada com a frase que mais ouvi durante o meu curso: "Esqueçam tudo o que aprenderam no liceu, pois só vos foram ensinados disparates".
Esta arrogância dos professores Universitários relativamente aos seus colegas do ensino secundário, muitos deles seus alunos, é uma realidade.
Presto aqui a minha homenagem aos muitos e excelentes professores que tive até à minha entrada na faculdade. Nunca poderei esquecer que foram eles também que me despertaram vocações, me incutiram o meu sentido de responsabilidade e contribuiram significativamente para o que eu sou e faço hoje.

É minha convicção que se o ensino vai mal, muitos dos responsáveis podem ser encontrados nos governos, nas sucessivas reformas e na crescente desresponsabilização dos alunos. Acabaram as faltas a vermelho, as faltas disciplinares e os professores muito dificilmente podem reprovar o mais incompetente da turma.
Tivemos uma "geração rasca" bem como muitas outras gerações com outros nomes, fruto da falta de relevância dada aos professores do ensino primário e do secundário.

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