Na sequela do " vale a pena ser cientista em Portugal?" fui a um colóquio- suponho que sobre comunicação de ciência organizado pelo ( hoje publicamente assumido) assessor do Ministro da Ciência, Mariano Gago, e que, estranhamente, ainda (e também) se assume como jornalista. E falava Manuel Maria Carrilho das empresas de comunicação,...
Obviamente, que estou a falar do quase sempre presente Jorge Massada que é editor/director do "Ciência Hoje" (CH) e que também está a lançar mais outros quantos sites.
Para minha estupefacção Jorge Massada afirmou que "não se interessa sobre a diferença entre vírus ou bactérias; não tem interesse nenhum, pois, para ele, é tudo a mesma coisa".
Falava-se então do facto de a linguagem dos cientistas, e muitas vezes os seus artigos, ser altamente repetitiva, não podendo ser igual à linguagem dos jornalistas. Todos nós aprendemos de facto (lá para o 1º ou 2º ano do ciclo) que existem vários tipos de linguagem.... Uma jornalista, cujo nome não me lembro, queixava-se que tinha de ter uma preocupação enorme com a forma do texto e na impossibilidade de repetir palavras. Foi pois, no meio da sua insustentável leveza que refere que se numa linha fala em bactérias, na outra tinha que lhe chamar vírus pois não podia em duas linhas consecutivas chamar bactéria ou vírus duas vezes. Sabia de facto que estava a ser incorrecta porque havia, na sua gentil cabecinha, uma pequena diferença ( não muito grande) entre as duas coisas, mas que de facto o público em geral não iria notar.
Eis que a Jorge Massada, que se assume como jornalista de ciência, não lhe interessa saber se é uma bactéria ou um vírus. Como que é que algo que tem tanta relevância na saúde pública, pois não é mais do que a diferença entre tomar um antibiótico ou uma antiviral, pode não ter importância. Esta é mesma pessoa que no ciência hoje acha importante relatar e divulgar as descobertas dos investigadores portugueses sobre a proteína X ( um quiriquiqui) que existe dentro das células (suponhamos do ratinho). Foi esta mesma pessoa que disse que não falava em H5N1 pois ninguém saberia o que era mas falava em gripe das aves para as pessoas perceberem...
Alguém me explica a falta de coerência entre esta afirmação e aquilo que supostamente é a sua vontade pôr em prática- a divulgação da ciência.
Tenho vontade de perguntar se vale a pena perder tempo e dinheiro a financiar o Jorge Massada. Isso sim... Como é que uma pessoa que não quer saber a diferença entre estes dois organismos que nem todos consideram seres vivos- explico, nem todos consideram os vírus seres vivos, deseja ser o porta-bandeira do jornalismo científico em Portugal.
Vale a pena ser jornalista de ciência em Portugal?????
Este tipo de jornalismo, não de certeza.
9.21.2006
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