5.10.2006

Das berças- o direito à indignação

Neste momento Portugal e o governo em particular debatem-se com a problemática da sustentabilidade da segurança social. Como que por encanto, na sequência de um debate televisivo em que o senhor Ministro afirma que a segurança social estará falida daqui a 15 anos, surgem uma catadupa de medidas, todas elas deveras penosas.
Não falarei do quão injusto penso serem todas estas medidas tomadas por um estado estranhamente gastador, mas sim de outras medidas atentatórias das liberdades e garantias dos Portugueses.
Há uns tempos atrás discutia-se, e suponho que ainda se discuta, a necessidade de licenciar e de o estado fazer um acordo com as várias clínicas privadas, tipo franchising, para que as Portuguesas pudessem fazer a intervenção voluntária da gravidez, com as melhores condições e com o máximo de assistência. Num contexto de garantia das liberdades de todos e do livre arbítrio, penso que poderá ser uma medida a ter em conta, independentemente dos juízos valorativos que se possam fazer perante uma situação que será de privilégio, se comparamos com outras de quase igual urgência que nunca mereceram semelhante hipótese de excepção.
Mas foi para mim importante referir a história das clínicas para enfatizar o facto de não perceber esta súbita visão economicista da saúde, que nenhum outro governo se atreveria a tomar. SIM!, de facto nenhum outro governo se lembraria que era uma solução, que era prioritário, aceitável e nunca sujeito a discussão o fecho de várias maternidades do Portugal profundo.
Mas voltarei a escrever sobre este assunto.
Quero manifestar aqui a minha indignação.  

Sem comentários: