Há bem pouco tempo, tive uma conversa inócua, e no mundo das mais remotas suposições, sobre a eventualidade de Mário Soares ser vítima de agressões, à semelhança das da Marinha Grande, que tiveram lugar durante a sua primeira campanha para as presidenciais. Ainda no mundo da fantasia, questionava-me sobre a possibilidade desses mesmos actos, caso não surgissem espontaneamente, poderem ser forjados, tal qual Oliveira Salazar em momento de crise.
Todos sabemos que o caso Marinha Grande provocou uma grande inflexão na popularidade e que foi decisivo, nessa altura, para o arranque de Mário Soares. Não quero acreditar que este incidente, agora em Barcelos, bastante suave e que a meu ver se resumiu a uns insultos - a que nenhum político, independentemente do seu grau de popularidade e honestidade se consegue esquivar – , se enquadre num plano de desespero nº10 de algum director de campanha.
No entanto, este episódio, que se poderia ter rapidamente esvaído na memória do tempo e da comunicação social à semelhança dos ataques verbais e físicos ao Rui Rio no Porto durante as suas visitas aos bairros de Aldoar e de Campanha, foi estranhamente enfatizado.
Mais invulgar são as últimas declarações de Mário Soares, que prontamente tinha desvalorizado o facto, vem contrariar as primeiras declarações. Afirma ainda coisas estranhas como:
«Vou ver quem ele é e o que faz»;
«Fez-me acusações muito graves e tenho possivelmente que o accionar judicialmente. Prezo a minha honorabilidade pessoal»
(http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24755823)
Parece-me que Mário Soares está a querer dar relevância à situação. Como poderemos levar a sério um ex-combatente que se apresenta devidamente identificado de boné, em frente a todas as câmaras e com vários microfones a rodeá-lo. Ainda por cima, com grande ineficácia para a agressão.
12.13.2005
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