11.24.2005

CIA passa férias nos Açores

Na última semana tem sido considerado um tema quente os voos de aviões da CIA em Portugal e noutros países da Europa, bem como a pretensa presença de aviões da CIA na base das Lajes nos Açores.
A minha maior surpresa não é a presença de aviões da CIA na base das lajes, ainda por provar, mas o facto de num blogue terem sido publicadas fotografias de aviões (diga-se indiferenciáveis de quaisquer outros aviões) e isso ter sido notícia em jornais e televisões
Mais surpreendente ainda, é Freitas do Amaral dar-se ao trabalho de desmentir repetidamente esta notícia. Nunca se deve enganar os Portugueses.
Que a CIA, e entre outros a extinta KGB, sempre circularam nos mais variados países é algo de incontornável e que todos sabemos. Não nos esqueçamos que as duas organizações supracitadas já “participaram” em revoluções, contra-revoluções e já “apoiaram” candidatos à presidência da República. Em Portugal também! Qual é então a novidade? Apesar de quererem fazer parecer o contrário,  a nossa realidade não é tão animada como nos livros de John Le Carré.
Espero que apesar das semelhanças, Freitas do Amaral não queira, como Veiga Simão, divulgar listas de agentes secretos...

Comentário a artigo no Expresso online publicado em
http://online.expresso.clix.pt/1pagina/artigo.asp?id=24755376 que se transcreve


“Fotografias de aeronaves que, alegadamente ao serviço da CIA, utilizaram aeroportos portugueses em voos secretos depois da posse do Governo são hoje publicadas. As imagens, tiradas por observadores e publicadas num blogue, surgem uma semana depois do ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, ter negado essa prática.
 
Uma das fotografias, publicadas na edição de hoje da revista «Focus», data de 15 de Maio e foi tirada no aeródromo de Tires, Cascais, e mostra um Gulfstream IV, com a matrícula N227SV. Noutra imagem, alegadamente datada de final de Março e captada no aeroporto das Lajes (ilha açoriam coona da Terceira), aparece um C-130, com a matrícula N2189M.
 
Ainda em Março, no dia 17, a revista acrescenta que «um turbo-hélice de fabrico espanhol», um CASA CN235 com a matrícula N187D, fez escala na ilha de Santa Maria e no dia seguinte «uma aeronave idêntica, mas de matrícula N219D» aterrou na ilha Terceira, tratando-se em ambos os casos também de aparelhos alegadamente ao serviço da CIA.
 
As notícias sobre voos secretos da CIA em Portugal mereceu do ministro da Defesa, Luís Amado, a afirmação de que não dispunha de informações que as sustentassem, mas Freitas do Amaral afirmou que «desde 12 de Março não houve qualquer voo desse tipo sobre território português».
 
Sublinhando que só pode falar pelo actual Governo, Freitas do Amaral garantiu em 17 de Novembro que, desde que o executivo tomou posse, «não houve pedidos para aviões [da CIA] sobrevoarem» território português e que «não há qualquer elemento» que aponte para que «tenha havido qualquer voo não comunicado ou não autorizado».
 
Os voos serviriam para transportar suspeitos de terrorismo para prisões cuja localização é ainda desconhecida.”

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