Há cerca de oito dias que o mundo dos cientistas Portugueses, em particular o dos bolseiros, foi confrontado com uma situação até agora inédita. A divulgação da listagem de seriação dos candidatos às diferentes bolsas, nas várias áreas, prévia à divulgação dos resultados.
Reafirmo que se tratou de divulgação e não de uma situação fraudulenta, como alegam o Presidente da FCT, João Sentieiro e o ministro Mariano Gago, pelo simples facto de as páginas estarem perfeitamente disponíveis online, desejosas de serem abertas.
Uma situação fradulenta é uma situação GRAVE. Segundo a definição de fraude, disponível num simples dicionário de Língua Portuguesas da Porto Editora (online ao qual acedi gratuitamente por gentileza da Porto editora - http://www.infopedia.pt/E2.jsp). Espero que também não encontrem aqui qualquer fraude.
Substantivo feminino
1. acto de má-fé praticado com o objectivo de enganar ou prejudicar alguém; burla; engano; logração;
2. acto ou comportamento que é ilícito e punível por lei;
3. contrabando; candonga;
Exemplo: fraude fiscal manobra do contribuinte para escapar à incidência tributária.
A definição é bastante elucidativa e o exemplo também, pelo que se concluirá que a Associação de Bolseiros ao divulgar o endereço da página não terá cometido fraude.
Espero que a associação de bolseiros não se aterrorize e não se deixe intimidar por quem não sabe medir as palavras que utiliza. Ou se calhar sabe...
O mais irónico, no meio disto tudo é que a FCT se encontra sob a tutela do ministério da Ciência (entre outras coisas) cujo ministro gosta de chamar a si o choque tecnológico.
Apelo aqui ao Primeiro-Ministro que pense bem em que mãos está a colocar o choque que tantos esperam e anseiam ser capaz de levar o país para a frente. Pelos vistos, de tecnologia aqueles senhores não percebem muito.
O que os Portugueses e os jornalistas não deveriam admitir é que em consequência da inépcia informática se façam ameaças a Associações, como a de bolseiros, que há pouco mais de duas semanas tinham tido a ousadia de afirmar contra a corrente que o governo quer fazer passar que afinal “A Ciência não vai bem em Portugal”.
Já agora sugiro que contratem algum estudante, pois será suficiente, para resolver a falta de segurança dos ficheiros da FCT.
7.31.2006
7.29.2006
Nem só de Abrupto vivem os piratas informáticos...
Lei-a-se no site da Fundação para a Ciência e tecnologia o seguinte comunicado:
FORMAÇÃO AVANÇADA DE RECURSOS HUMANOS
"COMUNICADO
Tendo o Conselho Directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tido conhecimento de que estão a ser difundidos supostos resultados do último Concurso de Bolsas levado a efeito pela FCT, informamos todo(a)s o(a)s interessado(a)s que os concursos da Fundação obedecem a um conjunto de procedimentos, legais e regulamentares, que não estão ainda concluídos.
Nestas circunstâncias, qualquer informação sobre supostas classificações ou resultados do Concurso de Bolsas de 2006 viola o sigílio inerente a estes procedimentos e tem carácter fraudulento.
Os resultados deste concurso serão divulgados pela FCT dentro do prazo regulamentar que termina a 25 de Agosto de 2006.
Lisboa, 28 de Julho de 2006
O Conselho Directivo da FCT"
Temos que exportar os nossos cérebros para a Nasa. Afinal temos muitos e bons informáticos!
Finalmente vimos o regulamento da avaliação publicado online.
http://www.fct.mces.pt/Evaluation/contents/D0701/files/Bolsas-Guiao2006.pdf
FORMAÇÃO AVANÇADA DE RECURSOS HUMANOS
"COMUNICADO
Tendo o Conselho Directivo da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tido conhecimento de que estão a ser difundidos supostos resultados do último Concurso de Bolsas levado a efeito pela FCT, informamos todo(a)s o(a)s interessado(a)s que os concursos da Fundação obedecem a um conjunto de procedimentos, legais e regulamentares, que não estão ainda concluídos.
Nestas circunstâncias, qualquer informação sobre supostas classificações ou resultados do Concurso de Bolsas de 2006 viola o sigílio inerente a estes procedimentos e tem carácter fraudulento.
Os resultados deste concurso serão divulgados pela FCT dentro do prazo regulamentar que termina a 25 de Agosto de 2006.
Lisboa, 28 de Julho de 2006
O Conselho Directivo da FCT"
Temos que exportar os nossos cérebros para a Nasa. Afinal temos muitos e bons informáticos!
Finalmente vimos o regulamento da avaliação publicado online.
http://www.fct.mces.pt/Evaluation/contents/D0701/files/Bolsas-Guiao2006.pdf
7.28.2006
A culpa é sempre do sistema!
Uma das coisas que tenho aprendido na vida é que a questão tem de ser respondida com a avaliação/método/experiência certa/o.
O título conclusivo da notícia publicada pelo expresso é para mim um exemplo do que não se pode fazer.
Leia-se então o seguinte:
"Estudo do Instituto da Inteligência revela que apenas 5% a 15% dos alunos mal sucedidos têm dificuldades de aprendizagem. A culpa é do actual modelo de ensino, que «cultiva o desinteresse» e «premeia as cábulas».
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366882"
De facto o que foi avaliado foi a capacidade de aprendizagem o que constitui de facto um parâmetro da inteligência. É bom sabermos que os alunos Portugueses não são burros! Logo não se pode concluir de forma nenhuma que o problema do mau aproveitamente pode ter a ver com o sistema de ensino.
Concordo que o actual sistema premeia desde muito cedo os cábulas pois, como todos sabemos, quer se saiba ler (ou não) quer se saiba somar (ou não) todos completam o 9º ano de escolaridade obrigatória.
Para mim, o problema está no facilitismo e não entanto que se avalie tanto o sistema com tanto estudo sociológico e os alunos saiam da antiga 4ªclasse sem saberem ler fluentemente.
O pior de tudo é que o facilitismo tem permitido que os mais marrões, normalmente mais burros, cheguem mais longe. Daí termos uma classe dirigente constituída por burros com boa memória :-)
O título conclusivo da notícia publicada pelo expresso é para mim um exemplo do que não se pode fazer.
Leia-se então o seguinte:
"Estudo do Instituto da Inteligência revela que apenas 5% a 15% dos alunos mal sucedidos têm dificuldades de aprendizagem. A culpa é do actual modelo de ensino, que «cultiva o desinteresse» e «premeia as cábulas».
http://expresso.clix.pt/Actualidade/Interior.aspx?content_id=366882"
De facto o que foi avaliado foi a capacidade de aprendizagem o que constitui de facto um parâmetro da inteligência. É bom sabermos que os alunos Portugueses não são burros! Logo não se pode concluir de forma nenhuma que o problema do mau aproveitamente pode ter a ver com o sistema de ensino.
Concordo que o actual sistema premeia desde muito cedo os cábulas pois, como todos sabemos, quer se saiba ler (ou não) quer se saiba somar (ou não) todos completam o 9º ano de escolaridade obrigatória.
Para mim, o problema está no facilitismo e não entanto que se avalie tanto o sistema com tanto estudo sociológico e os alunos saiam da antiga 4ªclasse sem saberem ler fluentemente.
O pior de tudo é que o facilitismo tem permitido que os mais marrões, normalmente mais burros, cheguem mais longe. Daí termos uma classe dirigente constituída por burros com boa memória :-)
7.25.2006
Rivoli, e as eternas palhaçadas de Pedro Abrunhosa
Assistimos na cidade à manifestação de meia dúzia de imutáveis que o Público, qual eterno D. Quixote, crê serem quinhentos ou mesmo mais.
Há uns anos atrás, participei na manifestação contra a compra do coliseu pela IURD.
Hoje não entendo.
A câmara do Porto vai somente concessionar a exploração do teatro Rivoli a uma companhia privada. Vai realizar um concurso... Só faltavam estar nessa manifestação os senhores do Seiva Trupe, a quem foi concessionado - não sei por quanto tempo- e sem qualquer concurso, o Teatro Campo Alegre.
Independentemente de se não gostar, como eu, das porcarias que o Seiva Trupe põe em cena no Teatro Campo Alegre, é óbvio que desta forma a companhia foi obrigada a trabalhar e realizar obra. Há sempre peças em cena pelo Seiva Trupe no Teatro Campo Alegre.
Porque portestam então estes senhores?? O exemplo do Teatro Campo Alegre até foi bom...
Mas serão que protestam porque é crónico, endémico e não olham a meios?
Bem, de facto o senhor Pedro Abrunhosa, também presente na manifestação do Rivoli, não deve ter nada contra os privados pois ele próprio se vendeu sem pudôr e às suas músicas ao próprio detentor do capital - um banco. Quem jamais se esquecerá que Pedro Abrunhosa disse "Eu estou aqui" e que o seu disco era "dado" a quem abria uma conta no BCP????
Sim, porque a música era de muito má qualidade e se calhar - NEM DADO- os clientes aceitavam.
Poderemos especular como é que o senhor Pedro Abrunhosa chegou ao BCP- porque conhhecia o Jardim Gonçalves? o Paulo Teixeira Pinto? uma administrador? ou porque, simplesmente era namorado da filha de um dos administradores do banco BCP???
Há uns anos atrás, participei na manifestação contra a compra do coliseu pela IURD.
Hoje não entendo.
A câmara do Porto vai somente concessionar a exploração do teatro Rivoli a uma companhia privada. Vai realizar um concurso... Só faltavam estar nessa manifestação os senhores do Seiva Trupe, a quem foi concessionado - não sei por quanto tempo- e sem qualquer concurso, o Teatro Campo Alegre.
Independentemente de se não gostar, como eu, das porcarias que o Seiva Trupe põe em cena no Teatro Campo Alegre, é óbvio que desta forma a companhia foi obrigada a trabalhar e realizar obra. Há sempre peças em cena pelo Seiva Trupe no Teatro Campo Alegre.
Porque portestam então estes senhores?? O exemplo do Teatro Campo Alegre até foi bom...
Mas serão que protestam porque é crónico, endémico e não olham a meios?
Bem, de facto o senhor Pedro Abrunhosa, também presente na manifestação do Rivoli, não deve ter nada contra os privados pois ele próprio se vendeu sem pudôr e às suas músicas ao próprio detentor do capital - um banco. Quem jamais se esquecerá que Pedro Abrunhosa disse "Eu estou aqui" e que o seu disco era "dado" a quem abria uma conta no BCP????
Sim, porque a música era de muito má qualidade e se calhar - NEM DADO- os clientes aceitavam.
Poderemos especular como é que o senhor Pedro Abrunhosa chegou ao BCP- porque conhhecia o Jardim Gonçalves? o Paulo Teixeira Pinto? uma administrador? ou porque, simplesmente era namorado da filha de um dos administradores do banco BCP???
7.24.2006
7.17.2006
A sauna da democracia
Aqui vai um artigo de opinião fantástico de Pedro Mexia publicado no Diário de Notícias.
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
Há anos que não entrava no Parlamento. Uma vez no liceu e outra na faculdade, tinha sido solenemente guiado pelos soberanos corredores, sede monacal dessa tão benéfica maçadoria democrática. Confesso que não tinha saudades. Digamos que tenho pelo Parlamento o mesmo sentimento que tenho pela minha vesícula: agradeço em abstracto a sua diligente actividade, mas dispenso detalhes.
Há dias, a editora de política deste jornal sugeriu que eu assistisse ao debate do estado da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume. Imaginando que fosse uma homenagem à estação tola, aceitei. Disfarçado de jornalista (mas no meio das galerias comuns, entre Cátias e funcionários públicos), assisti pela terceira vez a uma sessão da Assembleia.
O hemiciclo, em termos arquitectónicos, tem estilo. Infelizmente, em tarde de ananases, a casa da democracia estava transformada em sauna da democracia. Uma caloraça insustentável, que pôs toda a gente a abanar no rosto relatórios do Banco de Portugal (excepto a ministra da Cultura, a qual, sendo da cultura, usava um leque).
Nunca tinha visto ao vivo dois terços dos nossos eminentes deputados. Tomei algumas notas. O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco de correio, à espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham garantido três taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante ao meu (infelizmente para ambos). Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922 (temi que recorresse ao termo "debalde"). Há uma socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo- -de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de suspensórios. Quanto aos ministros, notei especialmente o aspecto distinto do ministro da Agricultura (que parece um membro do Conselho de Nobreza) e o aspecto maquiavélico do ministro dos Assuntos Parlamentares (sempre que pega no telefone e murmura, imagino logo que está a ordenar a liquidação do Doge de Veneza).
O debate é cansativamente previsível. O Governo invoca a pesada herança, excomunga os pessimistas, anuncia a retoma económica e sublinha os ímpetos reformistas (disciplina orçamental, diminuição da despesa, inovação tecnológica, combate à burocracia e mais coisas ainda). A oposição insiste nas promessas incumpridas, nos fiascos fragorosos, na propaganda enganosa. Cada bancada aplaude e apupa estritamente o que lhe compete e apenas isso, lança dichotes e risadas, os clichés são em grande estilo Gato Fedorento (com metáforas futebolísticas e tudo). O nível geral é fraquinho. Embora estejam presentes dois políticos com grande estaleca (o frenético Portas e o gélido Louçã), a média dos discursos ouvidos é tão acutilante como (eis uma metáfora futebolística) Pedro Pauleta.
Ideologicamente, a situação é ainda mais complicada. Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita musculada chama "um homem de esquerda"). O Governo é um Governo de centro-esquerda (aquilo a que esquerda ideológica chama "um Governo de direita"). Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. Chego a pedir interiormente a Sócrates que diga qualquer coisa de esquerda (como no filme de Nanni Moretti), para que eu o critique com convicção. Mas o máximo que Sócrates consegue é um remoque à General Motors. No mais, um reformismo sem ideologia e muita bazófia. Alguns coices à "esquerda conservadora e corporativa". E a ideia totalmente direitista de que se há contestação sindicial, isso é uma "homenagem ao Governo".
Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda.
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
http://dn.sapo.pt/2006/07/13/opiniao/a_sauna_democracia.html
Há anos que não entrava no Parlamento. Uma vez no liceu e outra na faculdade, tinha sido solenemente guiado pelos soberanos corredores, sede monacal dessa tão benéfica maçadoria democrática. Confesso que não tinha saudades. Digamos que tenho pelo Parlamento o mesmo sentimento que tenho pela minha vesícula: agradeço em abstracto a sua diligente actividade, mas dispenso detalhes.
Há dias, a editora de política deste jornal sugeriu que eu assistisse ao debate do estado da Nação e contasse o que vi, no meu registo do costume. Imaginando que fosse uma homenagem à estação tola, aceitei. Disfarçado de jornalista (mas no meio das galerias comuns, entre Cátias e funcionários públicos), assisti pela terceira vez a uma sessão da Assembleia.
O hemiciclo, em termos arquitectónicos, tem estilo. Infelizmente, em tarde de ananases, a casa da democracia estava transformada em sauna da democracia. Uma caloraça insustentável, que pôs toda a gente a abanar no rosto relatórios do Banco de Portugal (excepto a ministra da Cultura, a qual, sendo da cultura, usava um leque).
Nunca tinha visto ao vivo dois terços dos nossos eminentes deputados. Tomei algumas notas. O monárquico Pignatelli Queiroz estava mais imóvel que um marco de correio, à espera que lhe dessem a palavra para que se pronunciasse sobre a Patuleia. Nuno Melo lembra um entusiasmo de magala que vai às meninas. Miguel Frasquilho cultiva uma pilosidade digna dos Habsburgos. João Soares, tal como me tinham garantido três taxistas, ostenta um índice de massa corporal em tudo semelhante ao meu (infelizmente para ambos). Alberto Martins usa um tom de tribuno eleito por Viseu em 1922 (temi que recorresse ao termo "debalde"). Há uma socialista que parece uma lojista de Carnide. Há um deputado ecologista com rabo- -de-cavalo. Bernardino Soares nunca foi novo. Fernando Rosas é mais credível de suspensórios. Quanto aos ministros, notei especialmente o aspecto distinto do ministro da Agricultura (que parece um membro do Conselho de Nobreza) e o aspecto maquiavélico do ministro dos Assuntos Parlamentares (sempre que pega no telefone e murmura, imagino logo que está a ordenar a liquidação do Doge de Veneza).
O debate é cansativamente previsível. O Governo invoca a pesada herança, excomunga os pessimistas, anuncia a retoma económica e sublinha os ímpetos reformistas (disciplina orçamental, diminuição da despesa, inovação tecnológica, combate à burocracia e mais coisas ainda). A oposição insiste nas promessas incumpridas, nos fiascos fragorosos, na propaganda enganosa. Cada bancada aplaude e apupa estritamente o que lhe compete e apenas isso, lança dichotes e risadas, os clichés são em grande estilo Gato Fedorento (com metáforas futebolísticas e tudo). O nível geral é fraquinho. Embora estejam presentes dois políticos com grande estaleca (o frenético Portas e o gélido Louçã), a média dos discursos ouvidos é tão acutilante como (eis uma metáfora futebolística) Pedro Pauleta.
Ideologicamente, a situação é ainda mais complicada. Eu sou um homem da direita moderada (aquilo que a direita musculada chama "um homem de esquerda"). O Governo é um Governo de centro-esquerda (aquilo a que esquerda ideológica chama "um Governo de direita"). Assim, tenho dificuldade em embirrar com este executivo dito socialista. Chego a pedir interiormente a Sócrates que diga qualquer coisa de esquerda (como no filme de Nanni Moretti), para que eu o critique com convicção. Mas o máximo que Sócrates consegue é um remoque à General Motors. No mais, um reformismo sem ideologia e muita bazófia. Alguns coices à "esquerda conservadora e corporativa". E a ideia totalmente direitista de que se há contestação sindicial, isso é uma "homenagem ao Governo".
Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Creio que não se recomenda, porque nunca se recomenda. Sei que teremos mais dois anos e meio, talvez seis e meio, disto. De socialismo sem cafeína, com um tecnocrata colérico mas reservado. De bloquismo bloqueado, entre o desengravatamento e o aburguesamento. De comunismo igual a sempre, barroco na linguagem maniqueísta a descambar para António Aleixo. De uma direita que não esconde algum contentamento por ver a esquerda fazer o seu trabalho sujo, enquanto se mantém aninhada entre o apagamento de Mendes e as Equipas de Nossa Senhora de Ribeiro e Castro. Não sei exactamente qual é o estado da Nação. Mas creio que não se recomenda.
7.09.2006
Contagem decrescente: faltam 10 anos!
7.07.2006
O Rei vai nu!
«O plano tecnológico não existe. É um PowerPoint.»
Augusto Mateus, antigo ministro da Economia, em entrevista, responde à seguinte pergunta: «O plano tecnológico do Governo convence-o?»
Semanário Económico 07.07.2006
Augusto Mateus, antigo ministro da Economia, em entrevista, responde à seguinte pergunta: «O plano tecnológico do Governo convence-o?»
Semanário Económico 07.07.2006
7.01.2006
Viva o Ricardo! Viva Portugal!
Prometo que nunca mais digo mal do Ricardo e de Scolari. Precisámos de um treinador como ele, para nos demonstrar que o espírito de equipa e a capacidade de acreditarmos em nós mesmos é suficiente para alcançarmos os nossos objectivos e sermos bem sucedidos. E aí a sorte vem apenas por acréscimo. O exemplo disso é o Ricardo. Que a nossa selecção nos sirva de exemplo no nosso dia a dia.
P'rá Frente PORTUGAL! Viva NÓS!
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