3.29.2006

Think BIG!!!!







Leonor Beleza, como há uns anos atrás quando ministra da Saúde, preconiza tempos de mudança.  Por um artigo do público somos informados da escala em que esta  fundação vai trabalhar. Deveras ambiciosa. Mas nunca iremos a lado nenhum se continuarmos a pensar pequeno!!!!


“António Guterres e Jacques Delors no júri de Prémio Champalimaud
Galardão de um milhão de euros foi apresentado ontem em Lisboa, com a presença do comissário europeu da Ciência
Leonor Beleza chegou ao lado de Janez Potocnik. A presidente da Fundação Champalimaud e o comissário europeu da Ciência subiram para um pequeno estrado numa sala quase despida de decoração, à excepção de dois microfones e obras de artistas portugueses. Foi neste cenário, na sede da Comissão Europeia, em Bruxelas, que Leonor Beleza apresentou ontem internacionalmante aquele que será o maior prémio mundial para a investigação médica - o Prémio António Champalimaud de Ciência, no valor de um milhão de euros. Até o Prémio Nobel, que vale cerca de um milhão de dólares (828 mil euros) não atinge esse montante. Mas o Prémio Champalimaud de Ciência pretende constituir-se como uma distinção de prestígio, sublinhou Leonor Beleza. "Queremos para o prémio, a fundação e o fundador o maior prestígio."A candidaturas para a primeira edição abrem em Junho e a fundação escolheu a sede da Comissão Europeia para apresentar o prémio e o júri, de que fazem parte cientistas e personalidades de renome mundial. António Guterres, que desde Junho doe 2005 é alto-comissário para os Refugiados das Nações Unidas, é um dos membros, tal como Mary Robinson, ex-Presidente da Irlanda e ex-alta-comissária para os Direitos Humanos das Nações Unidas, e a Jacques Delors, presidente da Comissão Europeia de 1985 a 1995. Do júri fazem ainda parte dois laureados com o Nobel, o japonês Susumu Tonegawa (Medicina em 1987) e o indiano Amartya Sem (Economia em 1998). Alfred Sommer (reitor da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins, nos EUA), Joshua Sanes (director do Centro de Neurociências da Universidade de Harvard, nos EUA), Gullapalli Rao (director do Instituto dos Olhos, na Índia), Paul Sieving (director do Instituto Nacional dos Olhos dos EUA), Carla Shatz (Instituto Médico Howard Hughes, nos EUA) e José Cunha Vaz (director do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem, em Coimbra) são os restantes membros. "Queremos mostrar que é indiscutível o nível das pessoas que decidem quem são os laureados", disse Leonor Beleza.De forma alternada, o prémio irá para descobertas científicas no domínio da visão, em sentido lato, e para instituições e equipas que trabalhem em países em desenvolvimento no combate à cegueira. Será sempre premiada uma instituição ou um grupo, nunca uma só pessoa. "O prémio visa reconhecer equipas que já fazem um trabalho notável. Queremos que seja um estímulo e aumente a importância da investigação da visão e da luta contra a cegueira. Há milhões de pessoas cegas que não o deviam ser, com os meios que há hoje."Janez Potocnik emprestou a solenidade e projecção internacional da Comissão Europeia para lançar o prémio, tanto mais que, ontem e anteontem em Bruxelas, se realizava uma conferência para discutir o papel de organizações sem fins lucrativos, como as fundações, no financiamento da investigação na Europa.Apostar nas fundaçõesA União Europeia pretende que dois terços do financiamento da investigação sejam oriundos do sector privado, com o objectivo final de, em 2010, investir três por cento do produto interno bruto comunitário, sublinhou Potocnik. "Hoje temos 54 ou 55 por cento de fundos privados. Os Estados Unidos têm quase dois terços e o Japão 70 por cento. É uma área que temos de desenvolver mais." E as organizações em fins lucrativos podem contribuir."Essa não tem sido uma fonte de financiamento tão bem desenvolvida como noutras partes do mundo", disse o comissário. "Em 2003, as organizações não lucrativas dos EUA contribuíram com quase 13 mil milhões de dólares para a investigação, ou seja, 4,5 por cento do esforço. Embora haja pouca informação a nível europeu, não há dúvida de que a doação para a ciência é uma área subdesenvolvida na maioria dos países, com excepção do Reino Unido", acrescentou. "A situação do Reino Unido deve-se à notável contribuição de organizações como o Wellcome Trust, bem como a um reflexo bastante desenvolvido da cultura de doação britânica."A Fundação Champalimaud foi apresentada como exemplo de uma fundação criada por um empresário, para apoiar a investigação: para esse fim, António Champalimaud, falecido em Maio de 2004, deixou 500 milhões de euros. A internacionalização do Prémio Champalimaud não ficará por aqui. Em Abril, vai ser apresentado numa conferência científica nos Estados Unidos e, no Outono, na Índia.

Teresa Firmino, Bruxelas
O PÚBLICO viajou a conviteda Fundação Champalimaud “

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