2.27.2006

Como os europeus vêem os americanos

Um artigo de publicado hoje no diário de notícias, exprime uma opinião sobre as novas leis anti-tabaco que têm vindo a ser aprovadas na Europa e até em Espanha. Esta será a lei que nos esperará dentro em breve. Aconselho que todos os fumadores comecem a fazer os devidos tratamentos para deixarem de fumar. Um pequeno aparte, em Espanha, pelo menos no sul, lê-se em vários bares: permitida a entrada a fumadores.

“Os limites do tabagismo


A Inglaterra acaba de proibir o tabaco em locais públicos. Uma proibição absoluta, que não admite excepções. O mesmo acontece em Espanha, que, há um mês, também proibiu que se fume no trabalho, nos bares e nos restaurantes. As leis antitabagistas vieram para ficar. Os fumadores consideram- -se perseguidos por uma nova ideologia repressiva. Hitler, de acordo com as últimas notícias, não apreciava fumadores. A civilização ocidental, que elogia o asseio e o aprumo físico, também não.Confesso que não fumo, que, salvo excepções, não me incomoda que fumem ao meu lado e que não me acho, por não fumar, mais limpo do que os fumadores. Também me parece que se os motivos das leis antitabagistas são a erradicação do vício e a obsessão com a saúde, o melhor é ficar tudo como está. Não aceito o paternalismo higiénico de um Estado que, enquanto censura o uso do tabaco, cobra impostos sobre o tabaco. Não aceito um Estado que se assanha numa luta contra os fumadores e continua brando em relação à maioria das agressões ao ambiente. Não aceito um mundo sem vícios.Mas, dito isto, devo dizer que algumas leis antitabagistas em alguns locais públicos (incluindo os restaurantes) são justas. Os fumadores que tenham paciência. Sei que se acham perseguidos e se incluem no vasto rol de vítimas no mundo contemporâneo. Observam que não prejudicam ninguém, que o Estado não tem de se meter na sua liberdade, que são eles os donos da sua saúde, que há dezenas de produtos tóxicos mais graves que o tabaco, que o problema do fumo passivo não passa de um equívoco médico. Em nenhum destes argumentos têm razão. Não se trata de lhes retirar a sua liberdade, mas de defender a liberdade de quem não quer ser exposto ao fumo. E não se trata de zelar pela sua saúde, mas de defender uma relativa igualdade entre todos. Há uma imensidão de vícios piores do que o tabaco. Não recomendo, por exemplo, uma expedição pela Avenida da Liberdade ao meio-dia. Mas isso não justifica que os fumadores imponham por sistema os seus hábitos aos não fumadores.
Pedro Lomba
pedro.lomba@clix.pt

http://dn.sapo.pt/2006/02/24/opiniao/os_limites_tabagismo.html

Diário de Notícias, 24 de Fevereiro de 2005”

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